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Castro Oliveira, de Portugal, revela detalhes sobre sua escrita

Um dos grandes nomes do Café Literário é o talentoso escritor português Marco António de Castro Oliveira, ou simplesmente Castro Oliveira, entusiasta da ideia de que, através da literatura, a sociedade poderá ser melhor do que é hoje. Conheça um pouco sobre a sua trajetória e do seu modo de pensar a escrita.

Fale um pouco sobre você, seu nome (se quiser, pode falar apenas o artístico), onde nasceu, onde mora, sobre sua trajetória como escritor.

Chamo-me Marco António de Castro Oliveira, nasci no Porto, Portugal. Uso o nome literário Castro Oliveira porque quero usar o apelido (sobrenome) de família á qual eu sou muito grato pelo meu percurso literário que começou em 2015 com a escrita do meu primeiro livro “Breves Contos Modernos” editado pela Artelogy e Amazon.com. Ao conseguir o mestrado em Literaturas e Culturas pela Universidade de Aveiro e pela Universidade de Rio Grande do Norte, em Natal, no Brasil, achei que deveria partilhar em livros os meus conhecimentos sobre a arte literária de modo a ajudar as pessoas a ganharem mais consciência sobre o mundo em que vivem criando pequenos contos (short-stories) que pudessem caricaturar sob diversas formas dizendo também algumas verdades científicas sobre a realidade contemporânea cheia de contradições, atrasos e ambivalências.

Como a escrita surgiu na sua vida?

A escrita surgiu logo nos bancos de escola quando os professores davam aulas chatas… Começava a escrever para descrever a sensação de liberdade que quero transmitir quando partilhamos ideias em forma de palavras ricas de significados. Escrevo para me tornar algo mais do que sou, para acessar as camadas inconscientes de mim que podem enriquecer a cultura e a mundividência das pessoas. A minha escrita é uma escrita que visa o serviço, que visa esclarecer, aclarar pontos sociais que ainda não foram pensados pelas pessoas no meio deste caos moderno.

De onde vem a inspiração para a construção dos seus textos?

A minha inspiração para a construção dos meus textos vem das minhas namoradas. Platão, esse grande filósofo, disse um dia que um homem apaixonado vira logo poeta e escritor porque tem acesso a um amor sabedoria decorrente do seu estado de enamorado. Isso faz-me ser enamorado também das letras e da literatura como base para a construção da educação e de visões do mundo pró-sociais e humanas.

Como a sua formação ou sua história de vida interferem no seu processo de escrita?

Tenho mestrado em Línguas, Literaturas e Culturas e isso veio a marcar em muito o meu processo de escrita, pois contatei com grandes mestres literários que me ensinaram a subjetivar em forma de escrita a minha experiência do mundo que partilho de modo a torná-lo um pouco melhor.

Quais são os seus livros favoritos?

Gosto de ler Fernando Pessoa, Álvaro de Campos e Bernardo Soares no seu Livro do Desassossego. Acho esse livro uma obra futurista para a literatura portuguesa que dita como podem ser vistos por pequenos fragmentos existências humanas dignas de serem discutidas e relatadas aos leitores para que eles acessem aquilo que se pode chamar de Eu superior, algo em nós que avança sempre para o conhecimento de realidades que ainda estão por explorar como o sentimento humano, a intuição, a consciência clara de si e do mundo ao nosso redor sem ilusões. Gosto muito de ler também os livros de António Lobo Antunes e José Saramago, são mestres e criadores geniais da língua e da Cultura Portuguesa.

Quais são seus autores favoritos?

Fernando Pessoa, Luís de Camões, José Saramago, Miguel Torga que tem contos espetaculares que ainda hoje me marcam pela sua expressividade e mensagens humanas. Gosto muito também dos Simbolistas franceses como Baudelaire, e autores como Edgar Allan Poe que disse que o conto seria a forma literária do futuro.

O que é mais importante no seu processo de escrita? A inspiração ou a concentração? Precisa esperar pela inspiração chegar ou a escrita é um hábito constante?

A minha escrita sai como um músico de jazz que improvisa na hora o que quer tocar. Com um teclado em frente de mim, as ideias fluem automáticas numa corrente de consciência.

Qual é o tema mais presente nos seus escritos? E por que você escolheu esse assunto?

Tenho vários temas nos meus contos, são temas cada vez mais ligados aos Estudos Culturais, à Psicologia, Filosofia e à Sociologia, Mantenho-me atento a artigos científicos e livros de pensadores originais contemporâneos com causas justas como o fim do racismo e da xenofobia, existem ódios e violências sociais que é urgente retratar de modo a que se atenuem ou extingam, sou um pacifista de coração.

Para você, qual é o objetivo da literatura?

O objetivo da literatura é imitar a Natureza transformando-a em algo melhor. Sonho o dia em que as pessoas se tratem como irmãos.

Você está trabalhando em algum projeto neste momento?

Sim. Estou a compilar todas as minhas páginas literárias, artigos de filosofia e ensaios que venho escrevendo desde 2010. Estou a acessar a arquivos antigos para publicar tudo pela editora Amazon.com com o nome literário de Castro Oliveira.

Como você gostaria que seus leitores enxergassem sua obra?

A minha obra é um contributo meu para que a sociedade seja algo melhor do que é hoje, o homem nasceu para se ultrapassar e as sociedades também, creio que com ideias novas podemos criar sociedades melhores e pessoas melhores também, basta mudar, ver o lado útil que as coisas trazem ás pessoas e ás coletividades.

Como é ser escritor hoje em dia?

É tranquilo, pois a internet pode dar-nos uma visibilidade instantânea só com um clique ou digitando alguns nomes apenas. Sou também mais um escritor online. Tenho um projeto no Facebook chamado Projeto Social Renascer onde, tal como Isaac Asimov que criou um revista de ciência para aprofundar temas que ia retratar nas suas obras depois, eu criei uma página de Estudos Culturais para fazer uma imersão coletiva em temáticas que são importantes para os dias de hoje.

Qual a sua avaliação sobre o Café Literário do Notibras?

Tenho de agradecer muito ao Café Literário porque me deu visibilidade num sítio de internet com cerca de 500.000 visualizações por dia. Gratidão a vocês, sei que fazem um trabalho espetacular na área da Cultura e da Literatura que chega também a Portugal.

Tem alguma coisa que eu não perguntei e você gostaria de falar?

Sim, visitem a minha página de Estudos Culturais que está no Facebook, chama-se Projeto Social Renascer. Sou influencer também contribuindo com conteúdos culturais para uma sociedade mais justa e mais fraterna.

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