Permita que eu seja refém
dos gestos que nascem em tua pele,
dos toques que falam sem palavras,
dos sorrisos que iluminam
como aurora em dias nublados.
Deixe-me navegar em teu universo,
como remador de tua embarcação secreta,
guiado apenas pelo compasso do teu afeto.
Serei guardião dos teus sentimentos,
habitante fiel do templo onde tua alma repousa.
Suspiro em silêncio,
como quem respira lembranças,
e no véu da saudade,
meu coração se curva
ao eco do teu carinho ausente.
Quisera ser ave matinal,
cantando à tua janela,
tocando teu rosto com o frescor da alvorada,
celebrando o renascer do amor
em cada novo dia.
Como brisa que acaricia sem pressa,
meus olhos percorrem os teus,
e a chuva, cúmplice do instante,
desce pelas curvas do tempo
como se quisesse te abraçar por mim, então beijo a saudade e acaricio meus desejos.
