Notibras

Cicatrizes Invisíveis: A Violência que a Pele Não Mostra

Até 70% das pessoas já sofreram violência psicológica – e ninguém vê o estrago.

Já reparou que as feridas mais profundas não aparecem no espelho? Violência psicológica é o monstro silencioso que destrói autoestima, mina confiança e deixa marcas invisíveis, mas reais. Sabe aquele amigo que sempre te menospreza disfarçando de brincadeira, o chefe que humilha na frente dos outros como se fosse “feedback”, ou o parceiro que usa o silêncio para punir? Isso é violência psicológica e pode estar acontecendo com você sem perceber. Quer entender por que isso dói tanto, de onde vem essa dor e, principalmente, como começar a se libertar dela? Vem comigo.

Esse tipo de agressão não deixa hematomas, mas mexe fundo no cérebro e no corpo. Pesquisas sérias mostram que ativa o sistema de alerta o tempo todo, causando ansiedade, depressão e até sintomas físicos como insônia e dores pelo corpo. Muitas vezes essa ferida nasce cedo, em casa, na escola, nos primeiros relacionamentos – lugares que deveriam proteger e acabaram virando campo minado emocional. Pode ser o familiar que minimiza seus sentimentos, o parceiro que manipula com chantagem emocional, ou o colega que espalha fofocas para te isolar. A mensagem dessa ferida é cruel: você não é suficiente, sua voz não importa, melhor se calar para sobreviver. Isso vira um padrão automático (o tal modo “sobrevivência”) e sair disso raramente é um caminho que se percorre sozinho.

Mas calma, não precisa carregar essa bagagem para sempre. O primeiro passo é reconhecer que essa dor existe e que não é culpa sua. Comece com um “auto abraço” – firme, real, como quem diz para si mesmo: “Eu mereço cuidado.” Depois, crie pequenos rituais para resgatar sua voz e presença: escreva, cante, fale alto para o espelho. E não menospreze o poder da terapia. Ter alguém que entenda a raiz emocional dessa violência e guie a sua autocura é como ter um mapa para território desconhecido – acelera o processo e evita armadilhas da autossabotagem. Você merece sair do modo “sobrevivência” e começar a viver de verdade.

Então, que tal começar agora? Olhe para dentro com coragem, reconheça suas cicatrizes invisíveis e cuide delas como quem cuida de um jardim raro – com paciência, atenção e amor. Um exercício simples: toda noite, anote três coisas que fez para se respeitar mais, mesmo que pareçam pequenas. E me conta, qual cicatriz invisível você está pronto para começar a curar? Buscar ajuda profissional não é sinal de fraqueza, mas o ato mais poderoso de autocuidado que existe. Você não está sozinho nessa.

………………

Marina Dutra – Terapeuta integrativa
Perfil: @sersuperconsciente
E-mail: sersuperconsciente@gmail.com

Sair da versão mobile