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Cidade vive em permanente construção. Até quando?

Heloísa Cristaldo

No entendimento do professor Cláudio Villar de Queiroz, Brasília está se constituindo ainda. Atualmente, a cidade com quase 60 anos nos mostra que temos que ter noção dessa contínua construção, renovação. E em Brasília tudo é possível, ao contrário do argumento de engessamento.

Esse temo parece que a cidade está doente, mas ela é extremamente saudável ao lado de diversas cidade do mundo. Você pode derrubar qualquer prédio de Brasília e construir outro, basta se respeitar a proporação da escala em que ele está inserido. O saudável para Brasília é justamente esse equilíbrio entre a renovação e a preservação.

A cidade é interessante porque a arquitetura é fundamentada nesse tripé: racionalidade, funcionalidade e estética. O arquiteto trabalha com essa formação. Hoje em dia eu vejo que essas três coisas podem ser alteradas. Brasília é admirada pelo erudito e pelo temporal. Ela é extremamente brasileira, mas é cosmoplita.

A cidade pode ser preservada e as pessoas que voltarem aqui reconhecerão a cidade pelo seu horizonte, pelo céu. Enquanto a cidade estiver preservada dentro de sua escala e proporção, a cidade vai estar muito bem.

Se for preservada como quem quer colocar um cubo de gelo na geladeira, ela vai ficar artificial, inodora, deserotizada. Se ela for respeitada nessa condição fundamental, sendo preservada nos seus aspectos essenciais. Se não, ela pode se transformar em qualquer centro histórico.

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