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Cientistas usam esferas de ouro para combater tumor de câncer no cérebro

Partículas de ouro podem ajudar a melhorar o tratamento do câncer no cérebro, segundo uma pesquisa da Universidade de Cambridge, na Grã-Bretanha.

Cientistas conseguiram fazer esferas de ouro muito pequenas e as cobriram com medicamentos usados na quimioterapia.

Quando as minúsculas partículas foram inseridas no centro das células do tumor, estas células pararam de se replicar e muitas delas morreram.

Os pesquisadores esperam que o estudo possa levar a uma forma de enfrentar casos de câncer agressivos cujos tratamentos são mais difíceis, como no caso dos tumores no cérebro.

O glioblastoma multiforme é a forma comum de câncer no cérebro e também a mais letal.

Há tratamentos para este tipo de câncer, mas a eficácia deles é limitada. A maioria das pessoas morre dentro de um prazo de cerca de cinco anos depois do diagnóstico.

Mas, agora, os pesquisadores de Cambridge criaram nanoesferas – partículas que são 4 milhões de vezes menores do que um fio de cabelo humano cortado na transversal.

No centro destas nanoesferas, estão partículas minúsculas de ouro, cercadas de camadas de cisplatina, um remédio usado em quimioterapia.

Os cientistas testaram as nanoesferas em amostras de tumores no cérebro extraídas de pacientes durante cirurgias.

Em testes realizados nestas amostras de tumores humanos, as esferas pareciam aumentar a eficácia da radioterapia e da quimioterapia tradicionais, melhorando as chances de todas as células do tumor serem exterminadas.

As células cancerosas receberam, então, uma dose de radioterapia, semelhante à dose dada nos tratamentos hoje disponíveis.

A radioterapia não apenas atacou as células do tumor, mas também estimulou os eletrons no centro de ouro das nanoesferas. Estes eletrons desencadearam uma quebra no material genético (DNA) dentro do câncer.

Este processo também levou à liberação do remédio de quimioterapia que cobria as nanoesferas, permitindo que a cisplatina agisse no tumor enfraquecido pela radioterapia.

Vinte dias depois deste procedimento, os cientistas observaram que não havia mais células de câncer viáveis nas amostras tratadas.

Mark Welland, do St. John’s College, da Universidade de Cambridge, trabalhou na pesquise e, para ele, o efeito observado foi “duplo”.

“Ao combinar esta estratégia com materiais que agem sobre células cancerosas, poderemos desenvolver uma terapia para o gliobastoma e outros tipos mais desafiadores de câncer no futuro”, disse.

“Precisamos atingir células de câncer diretamente com mais de uma forma de tratamento ao mesmo tempo”, disse Colin Watts, um neurocirurgião envolvido no estudo.

“Isto é importante, pois alguns tipos de câncer são mais resistentes a um tratamento do que a outro”, acrescentou.

Os cientistas esperam começar os testes em humanos em 2016 e estão trabalhando nas primeiras experiências envolvendo outros tipos de tumores.

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