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Circuito de Cinema Árabe Feminino chega ao Rio

A Região Metropolitana do Rio de Janeiro receberá até o fim do mês de agosto a 5ª Mostra de Cinema Árabe Feminino, com a exibição de dezenas de filmes no Rio de Janeiro, Duque de Caxias e Niterói. Entre os destaques da programação deste ano está a libanesa Rania Stephan, que realizará uma masterclass online sobre o uso de imagens de arquivo em obras como seu filme Os três desaparecimentos de Soad Hosni, que resgata a história da estrela do cinema egípcio Soad Hosni.

A mostra começou nesta sexta-feira (22), no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro (CCBB-RJ), onde se estende até o dia 30 de agosto. O Cine Arte UFF, em Niterói, recebe a programação entre 25 e 27 de agosto, e a Faculdade de Educação da Baixada Fluminense (FEBF/Uerj), em Duque de Caxias, terá exibições em 28 de agosto.

Entre as novidades anunciadas para a edição deste ano está o projeto “Solidariedade Brasil-Árabe”, que aproxima produções brasileiras e árabes, exibindo-as em sessões conjuntas. Entre os pares apresentados estarão os filmes palestinos Slingshot Hip Hop e O Protesto Silencioso: Jerusalém 1929, que serão exibidos em conjunto com os brasileiros Sua Majestade, o Passinho e O Canto das Margaridas.

A curadoria é assinada pela egipcía Alia Ayman, a mineira Analu Bambirra e a pernambucana Carol Almeida, que desde 2019 apresentam um panorama do cinema árabe contemporâneo produzido por mulheres. As organizadoras ressaltam que a mostra dialoga com temas urgentes, como o genocídio palestino, a resistência cultural e a preservação da memória em contextos de violência.

Filmes inéditos no Brasil compõem a seleção, como Rainhas. Outros destaques incluem A Canção da Besta, Dançando a Palestina e Neo Nahda, que abordam identidade, diáspora e resistência.

Com masterclass marcada para o dia 24 de agosto, Rania Stephan conta em entrevista à Agência Brasil que a formação vai abordar sua experiência com imagens de arquivo ao longo de toda a sua carreira, incluindo seu mais novo filme, Os três desaparecimentos de Soad Hosni. Sobre o longa-metragem, ela define:

“É uma versão arrebatadora de uma era rica e versátil da produção cinematográfica egípcia. Soad Hosni, do início dos anos 1960 até os anos 90, personificou a mulher árabe moderna em sua complexidade e paradoxos”.

Composto exclusivamente por filmagens em VHS de filmes egípcios estrelados por Soad Hosni, o filme é construído como uma tragédia em três atos, em que a atriz conta a história de sua vida, sonhada na primeira pessoa do singular.

Nascida no Cairo em 1943, Soad Hosni cometeu suicídio em Londres em 2001. Entre os 19 e os 49 anos, atuou em 83 longas-metragens, com 37 diretores. Por ter vivido uma trajetória da miséria à riqueza, ela recebeu o apelido de “cinderela do cinema árabe”. Soad Hosni era filha, irmã, amiga, noiva, amante e esposa de ilustres estrelas do cinema egípcio quando este era o principal fornecedor de ficção cinematográfica no mundo árabe.

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