Eu ando num estado de expectativa tão grande que parece até final de novela das oito. O Brasil inteiro está só esperando o momento em que Bolsonaro finalmente vá puxar cana, mofar no xilindró e ver o sol nascer quadrado. Já tem gente afinando até o coro para cantar “vou festejar o teu sofrer, o teu penar” no dia em que ele fizer check-in no hotel da polícia.
E eu? Eu estou aqui, pronta para testemunhar o instante glorioso em que ele vai ser conduzido para o xadrez, devidamente acomodado na sua gaiola de concreto, onde poderá refletir profundamente, entre uma marmita fria e outra, sobre tudo aquilo que fez o país passar. Aliás, é questão de justiça que ele vá experimentar a sensação de ficar atrás das grades.
Imagino o narrador dizendo: “Jair Messias Bolsonaro, seja muito bem-vindo ao seu novo lar, o presídio. (Aplausos e fogos de artifício na minha cabeça).
Porque, convenhamos, depois de tudo, o mínimo que o Brasil merece é vê-lo no cárcere, confinado, enjaulado, sem chance de fuga para os EUA. Nada de vida mansa. Nada de passeios de jet ski.
Eu estou pronta. O país está pronto. A nação aguarda, unida, pelo dia em que Bolsonaro finalmente vai entrar no corró.
E quando isso acontecer, ah… eu vou comemorar como quem ganhou a Copa do Mundo.