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Clima, magoado com o homem, mata e o sistema foge

As inundações no Texas revelam como a crise climática ultrapassou a ciência e se tornou uma questão de justiça social. Mais de 120 mortos, dezenas de desaparecidos, e uma pergunta que ecoa: quem tem direito à proteção?

A Antropologia do Risco, com autores como Mary Douglas, mostra que o risco não é igualmente distribuído. A classe, a cor, o lugar onde se vive, tudo isso define quem vai se afogar e quem vai ser resgatado. O colapso é político.

Olho para o Texas e penso nas periferias do Brasil, onde o rio sobe e o governo some. A chuva não tem passaporte. O abandono, sim. O mundo se afoga enquanto os líderes discutem tarifário. E às vezes, ser brasileira é pressentir o desastre que ainda nem chegou.

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