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Como diria Maysa, meu mundo (ops!, do Macron) caiu com uma bofetada

Ontem começou a circular um vídeo que, se me contassem, eu não acreditaria: a primeira-dama da França dá um tapa no rosto do presidente Emmanuel Macron. O vídeo não tem som, mas quase consegui ouvir o barulho seco do tapa na cara de quem perdeu o chão.

Quando vi pela primeira vez, confesso que fiquei com dó. Afinal, um tapa no rosto é um tapa na dignidade. Mas aí me lembrei que sentir dó de homem é um caminho perigoso, uma espécie de portal dimensional que, se aberto, te faz acabar lavando a louça da casa dele enquanto o bonitão joga videogame tal qual uma criança de 10 anos de idade. Então, reprimi esse impulso.

Em seguida, comecei a rir. Porque, sejamos honestos, a expressão do Macron é digna de Oscar. Ele fica ali, parado, o semblante perdido, como quem está tentando lembrar a tabuada de sete. Não esboça uma reação, não rebate, não foge. Apenas ri sem graça e tenta disfarçar.

A verdade é que o vídeo me causou sentimentos ambivalentes: mistura de compaixão, riso nervoso e um leve senso de justiça que não sei explicar. No fim das contas, o que ficou mesmo foi a certeza de que, se o tapa foi espontâneo, Brigitte Macron tem mais reflexo do que o serviço secreto francês.

E eu aqui, que só queria passar um tempo no sofá, terminei o dia refletindo sobre geopolítica, casamento e violência simbólica… com uma taça de vinho na mão e um pensamento na cabeça: “Mon Dieu, o que será que ele fez?”

Sim, o que me tirou o sono de verdade foi tentar adivinhar o motivo do tapa. Porque tapa assim, em público, com plateia e tudo… não é coisa que se dá por qualquer bobagem. Fiquei ali, deitada, olhando pro teto, montando um CSI emocional do casal presidencial.

Vai ver ele falou algo imperdoável, tipo “essa blusa vermelha te envelhece”, ou pior: “você viu que a Carla Bruni tá linda?” Talvez tenha sido uma frase casual, que parecia inofensiva, mas foi carregada de veneno, como só quem é casado há muitos anos sabe fazer. Algo como: “Você vai comer isso tudo mesmo?”

Mas a hipótese que me parece mais plausível é que ele disse aquela clássica frase que faz qualquer mulher querer invocar Napoleão só pra aplicar a estratégia de Waterloo no companheiro: “Se acalma. Você tá nervosa?”

Se foi isso mesmo, o tapa ainda foi pouco. Tá de bom tamanho que ela não jogou a Torre Eiffel em cima dele.

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