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Como diria Quinsan, lugar de bandido é na cadeia

José Escarlate

Oswaldo Geraldo Quinsan era homem metódico, simpático, que falava de uma forma rebuscada, procurando sempre marcar posição. Adjunto da Secretaria de Imprensa, Quinsan era o alter-ego de Humberto Barreto, o secretário, que muitos diziam que Geisel havia adotado, após a morte do filho.

Detalhista, era Quinsan quem preparava os editoriais que a Agência Nacional divulgava através de “A Voz do Brasil”. Cada dia abordando um tema, sempre sob a ótica do governo. Quinsan tornou-se fiel escudeiro de Humberto e convidado para formar na equipe de transição de governo.

Além do casarão do Largo da Misericórdia, no Rio de Janeiro, antiga sede do Ministério da Agricultura, usavam uma aprazível casa dentro do Jardim Botânico.

Foi alí que Geisel, Humberto Barreto e Oswaldo Quinsan, passeando pelos jardins, comentavam nomes para a formação do governo. Segundo Merval Pereira e André Gustavo Stumpf, meus colegas e amigos, em seu livro “A Segunda Guerra – A sucessão de Geisel -, Geisel teria indagado: “E o Delfim ? O que faço do Delfim ?”

Rapidamente, Quinsan se antecipou e sugeriu: “Coloque-o na cadeia”. E acrescentou, mostrando o seu desprezo pelo ex- czar da economia:”Todo mundo vai entender o porquê. Só ele poderá estranhar, por ter demorado tanto”.

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