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Como fazer um pequeno pê parecer uma mansão

Sala de jantar, copa, varanda. Difícil imaginar que um time destes possa ter lugar garantido no projeto de um apartamento de apenas 34 m². Um luxo, aparentemente restrito, a imóveis de dimensões superiores, mas que ganhou vida nesse projeto, localizado em Higienópolis, na região central de São Paulo.

Projetado a pedido de um cliente que vive fora do país e que vem regularmente à cidade, a trabalho, o imóvel atende, ainda, a todas as necessidades de um residente fixo. É funcional, acolhedor e passa longe de qualquer sinal de impessoalidade.

Para o arquiteto José Carlos Basiches, responsável pelo projeto, a forma encontrada para encaixar todos esses espaços sob o mesmo teto surgiu da ideia de imaginar cada um deles em escalas reduzidas, mas ricos em detalhes.

E, além disso, dotar o imóvel de portas capazes de integrar ou garantir privacidade a cada um de seus ambientes. “Por ser um apartamento tipo estúdio, não foi necessário quebrar nenhuma parede, o que possibilitou a união dos espaços”, pontua Basiches.

Entre os segredos deste bem-sucedido encaixe estão ainda a iluminação indireta e sua marcenaria bem arquitetada. A estante de madeira clara, por exemplo, que percorre o imóvel de ponta a ponta, é peça-chave da obra e se desdobra em múltiplas funções. Se torna armário no quarto, oferece nichos na sala e vira despensa na cozinha.

Além do apartamento, o arquiteto assina o próprio projeto do edifício, construído em um terreno de 600 m² onde antes funcionava um restaurante. Por se desenvolver em uma área de configuração estreita, a construção que nasceu também demandou alguns encaixes precisos. O volume central, onde ficam as circulações verticais, o volume intermediário, que serve de fechamento lateral para os apartamentos, e os planos periféricos, onde estão localizados os terraços.

“Desenhar o prédio, tirando proveito máximo do terreno, e, ao mesmo tempo, criar uma estrutura compacta dentro dele, foi um exercício gratificante. Embora trabalhando com propostas e metragens absolutamente distintas, minha missão em ambos acabou sendo a mesma: combinar identidade, praticidade e plasticidade”, resume o arquiteto.

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