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Como será o amanhã? Não sabemos o que nos reserva o futuro

A vida é efêmera, já diziam os antigos. Porém, não é assim que nos sentimos. Vivemos como se tivéssemos a nossa disposição a eternidade. E por esse motivo, acabamos por não dar a devida atenção àqueles que vivem ao nosso lado e são importantes em nossa vida. Sim, muitas vezes simplesmente ignoramos aqueles que nos são caros. Não porque pensamos que que os teremos ad eternum. Mas sim, por ignorância, mesmo. Ignorância sobre quão pouco tempo poderemos dispor de sua companhia…

São várias as maneiras de um ente querido partir. Pode ser uma passagem repentina, onde quando menos esperamos este atende o chamado que não se pode ignorar. Ou pode fenecer lentamente, sofrendo e causando sofrimento para os que gravitam em seu entorno. Uma e outra forma são dolorosas. Após a partida daquele que cumpriu seu destino nesse plano, os que ficaram precisarão de um tempo para se recompor… para que a lembrança daquele se vá esmaecendo com o tempo. Não que será esquecido. Mas os que ficaram vão se conformando, até que chega um momento de que aquele ente querido que se foi será apenas uma doce lembrança… a dor não mais machucará os que ficaram…

Ao mesmo tempo que somos altruístas, somos mesquinhos. Sentimos a falta de alguém quando ele parte, mas enquanto está nesse plano por vezes protelamos uma visita, uma conversa, uma palavra de carinho. Quantas vezes não proferimos palavras duras para aqueles que são importantes em nossas vidas? Quantas e quantas vezes não viramos as costas para quem amamos simplesmente porque nos sentimos magoadas por algo que, em nossa imaginação, eles fizeram contra nós? E na maioria das vezes tudo não passa de mal entendido…

Na verdade, vivemos de mal entendido a mal entendido. E isso porque cada pessoa está inserida em seu próprio mundo, onde a forma que entende as mensagens que recebe é muito pessoal. Duas pessoas que presenciam o mesmo evento irão relatá-lo de maneiras diferentes. E isso é humano…

O fato de não pensarmos na passagem para o outro lado do véu da vida não significa que não tenhamos consciência de que todos teremos que trilhar esse caminho. Sim, sabemos. Simplesmente não pensamos nisso e esse é nosso maior trunfo pela vida. Enquanto não pensarmos que nossa estadia aqui é temporária, cuidaremos de nossa família como se fossemos ficar ao seu lado por toda Eternidade. Se a consciência de que podemos partir de uma hora para a outra ficasse em primeiro plano, não teríamos nenhum motivo para lutar por nosso futuro. Afinal, que garantia temos de que esse futuro irá se realizar? Nenhuma…

A consciência coletiva nos faz sentir que somos imortais. De certa forma, somos mesmo. Desde que pensemos como coletividade e não como indivíduo. Bem, imortais, imortais… eu não diria isso. Mas um ser formado por um grupo qualquer pode ter uma longevidade que supera em muito a vida de seus componentes. Porque conforme uma célula se extingue, outra simplesmente assume seu lugar, mantendo o corpo em questão funcionando… exemplos? Temos vários. Um dos mais longevos da atualidade é a Igreja Católica Apostólica Romana… como um ente formado por células espalhadas por várias partes do mundo, continua firme e forte há vários séculos… e se tudo der certo em sua vida, continuará ainda por muito mais tempo…

Claro que ela não é a única. Há outras entidades tão ou mais longevas que ela. E algumas ainda engatinhando por esse plano. E como estas conseguem se manter vivas? Porque as pessoas fazem parte de seu organismo, cada uma sendo responsável por determinada ação, mantendo o corpo saudável. As nações são outro exemplo de um corpo social, formado por suas almas…

Como dá para perceber, há várias maneiras de nos sentirmos imortais, mesmo que na hora menos esperada Aquela Cujo Nome Não Pronunciamos venha nos buscar, para que possamos usar o bilhete de volta para o Barco de Caronte. E é quando quem fica sente em seu coração a falta daquele que parte, pois sabe que não retornará mais a esse plano. E é quando pranteia aquele que se foi, se perguntando porque não deu a atenção que este merecia, e porque deixou que picuinhas que nada significam na estrada da vida minassem aquela relação saudável e feliz que poderiam ter tido… quantas vezes poderiam ter-se dito o quanto se amavam e foram protelando, até que não havia mais como expressar esse sentimento? Sim, faz parte da vida…

Abrace as pessoas de quem você gosta. Diga a elas o quanto são importantes em sua vida. E se brigou com alguma delas, peça desculpas e volte ao seu convívio. Não é um passo simples de se dar… você com certeza se sentirá humilhado… afinal, o erro não foi seu. Mas posso te falar uma coisa? Nas relações humanas não existe a noção de “erro”. Há mal entendidos, expectativas não alcançadas… e tanto em um caso quanto no outro, a culpa é mais do receptor, que decodificou a mensagem de forma errônea do que do transmissor, que simplesmente lançou a mensagem no ar. Então, abrace todos aqueles que lhe são importantes… pois você não sabe se terá outra oportunidade de fazê-lo no futuro… que pode ser simplesmente o amanhã…

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