Notibras

Dança silenciosa

É o coração da alma que pulsa, é o coração da alma que guia.
Sou rosa, sou poesia,
A roseira que floresce ao amanhecer,
No jardim do amor, na alma da mulher.

Como brisa silenciosa, ela vive a bailar,
Como bailarina que rodopia pelo ar.
As pétalas sobem, e o vento, com carinho, as abraça.
Sua fragrância se dissolve, envolvendo o ar.

Neste eterno balanço, onde sombras e luzes se encontram,
O dia e a noite morrem e nascem.
O espinho que causa dor, o perfume que embriaga a alma.
A doçura se funde com a melancolia,
Curando a ferida que sangra no coração da mulher.

A rosa delicada transforma-se em poesia,
Que o vento errante carrega,
Vagueia veloz, varrendo vales e vertentes,
Levando poesia e melodia ao mundo dos amantes.

Um mundo de sonhos se perde no eco dos dias,
Um jogo de luzes e sombras dançantes nas noites de céu estrelado.
Como rimas perfeitas, versos cantados
Ecoam na alma da mulher.

O aroma da chuva fina invade os campos,
Enquanto o frescor úmido toca a pele com delicadeza.
A mulher olha o infinito, cheio de possibilidades, e sonha.

Os sonhos são fios de prata que costuram a escuridão
Com fragmentos de luz.
Então, ela imagina sua vida, seus amores,
Carregados de saudade. Seus olhos choram.

O jardim de sua alma, agora regado com suas lágrimas, desabrocha.
Nele, algumas rosas dançam no manto negro da noite.
O vento sussurra segredos, dançando em passos cadenciados.

O poeta observa a cena ao longe, com passos lentos,
Uma alma quase esquecida que nunca para de caminhar.
Com seu pincel mágico, borda letras com tintas do universo.
Fabrica canções para estrelas distantes,
Enquanto seu coração derrete pelo fogo ardente da paixão.

Mesmo sem forças, desenha histórias de amores perdidos,
Dita promessas quebradas, e as guarda.

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