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DEM fica forte na crise e atrai gente até de PSD e PSB

Líder da bancada, Efraim Filho usa lupa para conversar sobre neodemocratas. Foto de Fernando Caldeira/Divulgação

Isadora Peron

Após 13 anos na oposição e uma fase de encolhimento, o DEM vive hoje um momento de ascensão na política nacional, na esteira do protagonismo exercido pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Ao voltar a fazer parte do núcleo duro do governo depois do impeachment de Dilma Rousseff e com chances nada remotas de encurtar o caminho até a Presidência da República, o partido trabalha para aumentar a sua bancada no Congresso e não descarta uma fusão com outras siglas para aumentar sua influência no País

Dirigentes do partido adotam cautela ao falar sobre o assunto. Afirmam que a junção com siglas como PSB e PSD não está nos planos imediatos, mas admitem que há conversas avançadas para que nomes de outras legendas migrem para o DEM.

A expectativa é de aumentar a bancada da sigla na Câmara de 29 para 40 integrantes. Os mais otimistas falam em chegar a 50. Se uma eventual fusão se concretizar, dizem que podem ultrapassar o PMDB, que hoje conta com 62 deputados.

“Há um diálogo com dissidentes do PSB e de outros partidos que encontram no Democratas um partido que tem se notabilizado pela coerência e pela transparência. Natural que se torne um porto seguro para muitos parlamentares”, disse o líder do DEM na Câmara, deputado Efraim Filho (PB).

Janela – A fusão entre partidos seria o caminho mais fácil para que os deputados pudessem mudar de legenda, já que a legislação vigente prevê a perda do mandato ao parlamentar que trocar de partido. Como a próxima janela para esse tipo de mudança seria só em março, não está descartada a apresentação de um projeto para antecipar esse período durante a votação da reforma política, prevista para acontecer até outubro.

O presidente do DEM, senador Agripino Maia (RN), afirma que hoje a chance de fusão com outros partidos é “zero”, mas admite que há conversas avançadas especialmente com quadros do PSB mais próximos ao governo do presidente Michel Temer e da agenda de reformas, como os dois líderes do partido no Congresso, o senador Fernando Bezerra (PE) e a deputada Tereza Cristina (MS), além dos deputados Heráclito Fortes (PI) e Danilo Forte (CE).

Danilo Forte, no entanto, confirma que há um grupo de diferentes partidos articulando um movimento que pode vir a se tornar um nova sigla para disputar as eleições de 2018. “Lá na frente a gente pode aproveitar uma sigla que estão nesse movimento ou criar um novo partido. Eu espero que esse debate amadureça durante o recesso parlamentar, inclusive iremos fazer algumas conversas em alguns Estados”, diz.

O presidente licenciado do PSD, ministro Gilberto Kassab (Ciência, Tecnologia e Comunicações), também afirma que se o Congresso aprovar a cláusula de desempenho e a proibição de coligações nas eleições proporcionais, “é mais do que natural que os partidos se preparem para fusões, em especial os partidos médios”.

“O PSD, ao avaliar eventuais fusões, irá procurar partidos que tenham semelhança programática. Alguns partidos preenchem esse pré-requisito, entre eles o DEM, por conta de ser o partido de origem da maioria de seus integrantes e da excelente relação entre os filiados de ambas as agremiações”, diz Kassab.

Já para o presidente do PSB, Carlos Siqueira, a junção do partido com outras legendas está completamente descartada. Siqueira é da ala do PSB que defende o desembarque do governo Temer. Ele, no entanto, reconhece que há deputados descontentes que podem vir a deixar a sigla. “Não tem o menor fundamento um partido de esquerda se juntar com um partido de direita. Isso seria esdrúxulo.”

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