A sociedade só reconhece a depressão quando ela mata. Antes disso, quem sofre é julgado: preguiçoso, ingrato, frágil demais. O invisível não gera compaixão.
O problema é que a dor psíquica não sangra, não engessa, não abre ferida que se mostre. É silêncio que corrói por dentro.
Vivemos numa cultura que exige produtividade até da alma, que cobra sorrisos como cartões de visita. Só quando a vida cessa é que o mundo se espanta e se compadece, tarde demais.
O desafio é aprender a enxergar antes do fim, a respeitar antes do luto. Porque a depressão é doença viva, não epitáfio.
