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Dia de #EleNão agita o Brasil em protesto contra Bolsonaro

Foto: Gabriela Biló/EstadãoConteúdo

Dezenas de cidades no Brasil e no exterior foram palco de atos contrários à candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) neste sábado, 29. Todas as capitais tiveram manifestações contra o capitão da reserva e deputado federal por sete mandatos, que lidera as recentes pesquisas de intenção de voto para o primeiro turno, com 28%, seguido por Fernando Haddad, do PT, que tem 22%. Os atos foram coordenados pela campanha #EleNão, criada dentro de um grupo no Facebook que reúne 3,8 milhões de mulheres. Algumas cidades também registram mobilizações favoráveis ao candidato.

Em São Paulo, a concentração de manifestantes começou em torno do Largo da Batata no início da tarde. O ato reuniu eleitores do PSOL ao PSDB e todas as candidatas que estão na disputa presidencial, exceto a senadora Ana Amélia (PP-RS), candidata a vice na chapa de Geraldo Alckmin(PSDB). No início da noite, um grupo contra o candidato se manifestava na Avenida Paulista. Por volta de 21h, o ato começou a se esvaziar.

Passaram pela manifestação a ex-ministra Marina Silva, candidata da Rede, a senadora Kátia Abreu (PDT-TO), vice de Ciro Gomes (PDT), a deputada estadual Manuela d’Avila (PcdoB-RS), vice de Haddad, a líder indígena Sonia Guajajara (PSOL), vice de Guilherme Boulos (PSOL). A Polícia Militar não fez estimativas sobre o número de manifestantes presentes. Além das presidenciáveis, a candidata a deputada federal por São Paulo, Luiza Erundina e o também candidato Ivan Valente, ambos do PSOL, também estiveram presentes.

Para uma participante, o ato serviu para unir as pessoas em torno de um propósito comum. “Tem o PT, tem a Rede, o pessoal do Ciro, do Boulos, é importante que estejam todos aqui. O cara nos uniu. Obrigada, Bolsonaro!”, brincou Angela Martins, professora universitária de 65 anos.

No Rio, milhares de pessoas se concentraram na Cinelândia, região central da cidade e seguiram em caminhada para a Praça XV. Por volta das 15h25, manifestantes reagiram com aplausos à passagem de uma bandeira com a imagem da vereadora Marielle Franco (PSOL), assassinada em março com seu motorista Anderson Pedro Gomes. Os crimes até agora não foram esclarecidos. Muitos manifestantes, especialmente as mulheres, responderam à convocação dos organizadores do protesto e estão usando lilás.

Ao redor do mundo, protestos ocorreram em cidades da Argentina, Chile, Espanha, França, Portugal, Alemanha, Itália, França e Suíça. As lideranças do movimento afirmam que a campanha é para alertar a população sobre as ideias de Bolsonaro, consideradas pelos participantes como “fascistas e machistas”.

Distrito Federal
Em Brasília, manifestantes se concentraram nas proximidades da Rodoviária do Plano Piloto para seguir em caminhada até a Torre de TV, na área central da capital. O grupo chegou ao local por volta de 14h. Pelas estimativas da Polícia Militar, participaram do protesto mais de 7 mil manifestantes. Os organizadores falaram em 30 mil pessoas. O protesto foi tranquilo. Três faixas das seis vias do Eixo Monumental foram fechadas para o trânsito de veículos – duas para a manifestação e uma para o controle da polícia.

Minas Gerais
Em Minas, as manifestações ocorreram na Praça da Sete, ponto central de Belo Horizonte. Com direito a trio elétrico, o clima do protesto foi de carnaval. As canções tinham palavras de ordem contra o presidenciável. “Nem fraquejada, nem do lar, a mulherada tá na rua pra lutar”, dizia uma das músicas. Os gritos de “ele não” também eram entoados com frequência.

Mesmo com a organização feita por mulheres – desde a segurança até instrumentistas – muitos homens marcaram presença no protesto. Bandeiras e adesivos de outros candidatos e políticos foram vistos na manifestação. Eleitores de Fernando Haddad (PT), Ciro Gomes (PDT) e Marina Silva (Rede) se misturavam com apoiadores do ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff.

Bahia
Na capital baiana, o clima era uma mistura de carnaval e de protesto, em especial as mulheres. Cerca de cinco mil manifestantes tomaram as ruas do centro e da orla de Salvador para se manifestar contra o candidato. O relógio marcava 14h30 quando a cantora Daniela Mercury surgiu no largo do Campo Grande, início do principal circuito da folia momesca soteropolitana, em cima de um trio elétrico, entoando sucessos da sua carreira e canções de blocos afro em homenagem à população negra.

Ao lado da esposa, a jornalista e empresária Malu Verçosa, a estrela da axé music fez discurso contra o presidenciável, embalando coro de “ele não” da multidão. “Queremos qualquer candidato que nos respeite, mas ele não”, bradou Mercury. “Nos respeite. Essa cidade é dos pretos, das mulheres, dos gays, pela democracia e pelo amor”. Até o Farol da Barra, um dos principais pontos turísticos da capital baiana, onde a manifestação se dispersou, a cantora Maria Gadu também cantou de cima do trio elétrico.

Rio Grande do Sul
As manifestações em Porto Alegre se concentraram na região central da cidade. O local é um tradicional ponto de manifestações políticas e fica em frente ao Colégio Militar de Porto Alegre. No Rio Grande do Sul, Bolsonaro tem 33% das intenções de voto, segundo o Ibope.

De um trio elétrico, a organização, formada por mulheres, entoava gritos e cânticos contra o candidato. “Ele não”, “ele nunca” e “coiso” foram as expressões mais usadas pelos manifestantes durante o ato. Além das mulheres, que eram a maioria do público, homens, idosos e crianças participaram.

“Eu já falei, vou repetir: nessa eleição o Bolsonaro vai cair” era o canto entoado. Alguns motoristas que estavam no outro sentido da via buzinavam em sinal de apoio conforme passava o protesto. Moradores de prédios no entorno também demonstraram apoio à manifestação. Uma pequena manifestação favorável ao candidato ocorreu na cidade.

Pernambuco
Com faixas, cartazes e bandeiras dos adversários do deputado federal como Marina, Haddad, Ciro e Boulos, os manifestantes cantaram e gritaram palavras de ordem com o mote “Ele não” no centro do Recife. A educadora e assistente social Gigi Bandler, 67 anos, foi uma das primeira a chegar para o ato. Tanta pressa, ela disse, “se deve à preocupação com a democracia”. “Sou francesa, mas moro no Brasil há 40 anos, eu nunca vi um momento tão ameaçador quanto este que o País está passando. A democracia precisa vencer, por isso, estamos todas e todos aqui”, afirmou.

Depois de três horas de discursos em trios elétricos, a multidão saiu em caminhada pelo centro comercial do Recife. Em alguns pontos houve momentos de tensão e bate boca com eleitores de Bolsonaro que queriam furar o protesto com carros e motos. Alguns apoiadores do presidenciável exibiam camisas e banners em apoio ao capitão do Exército nas varandas. Os manifestantes respondiam com gritos de “fascistas não passarão”.

Paraná
Em Curitiba, o ato começou por volta de 16h, com grande concentração na Boca Maldita, tradicional local de manifestações políticas no centro da cidade. O público, majoritariamente feminino, preencheu ao menos quatro quadras do calçadão da Rua XV de Novembro. Com cartazes e gritando “ele não”, os manifestantes fazem uma caminhada até o prédio histórico na Universidade Federal do Paraná (UFPR).

A cozinheira Carolina Almeida foi até a manifestação em Curitiba acompanhada do marido. “É um movimento justo e válido, a gente tem que se levantar, sim, não pode deixar alguém opressor dizer que a gente não é tão digno quanto ele”, declarou. Há, entres os manifestantes, candidatos fazendo campanha.

Um grupo do MST, que faz acampamento em frente à sede da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está preso, também integra o movimento. Segundo a Polícia Militar, o ato teve cinco mil pessoas. Na cidade, um carro de som favorável à candidatura de Bolsonaro se aproximou do evento. Não houve conflitos.

Santa Catarina
Em Florianópolis, a concentração começou às 13h em frente à Catedral Metropolitana, no coração do centro histórico da cidade. Mulheres pintaram seus rostos e corpos, entoaram cartazes e cantaram gritos de guerra. Mais de 15 mil pessoas aderiram ao protesto contra Bolsonaro, de acordo com a Polícia Militar. O ato foi pacífico, teve apoio masculino e a presença de crianças.

O evento teve participação de diversos grupos partidários. Os principais eram os apoiadores de Haddad, Ciro Gomes e Marina. O assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL) também foi lembrado em cartazes e camisetas. Houve ainda atos em Chapecó, Criciúma e Balneário Camboriú. Nessas cidades, a PM não divulgou o número de participantes.

Rio Grande do Norte
O ato contra em Natal reuniu cerca de 8 mil pessoas, de acordo com os organizadores. A Polícia Militar não confirmou nem forneceu estimativas. O movimento começou por volta de 15h em um dos pontos mais movimentados da capital. Linhas de transporte público foram deslocadas para outros trajetos. Estudantes e professores universitários, membros dos movimentos representativos das minorias também se manifestaram ao lado de muitas famílias.

O ato reuniu, prioritariamente, mulheres. “Eu sou mulher, não poderia estar em outro lugar hoje”, disse a psicóloga Daniela Rodrigues. A estudante Gessica Leal estava acompanhada de diversos amigos e eles levavam cartazes contra o candidato. “Eu sou a favor da democracia, da educação, e a violência não será combatida com violência. O candidato Bolsonaro vai de encontro ao que vai melhorar a situação do País. Ele tem um discurso de ódio e quer tirar direitos conquistados”, disse.

Maranhão
Com faixas de “ele não” e “ele nunca”, milhares de maranheses pregaram o voto contrário a Bolsonaro em São Luis. Nem a organização do evento e nem a Polícia Militar fizeram estimativas de quantas pessoas participaram do ato. Candidatos a cargos eletivos de partidos como PSOL e PSTU, estiveram presentes, assim como vários artistas, dentre eles a cantora Flávia Bittencourt.

Os manifestantes caminharam por sete quilômetros desde a Praça Maria Aragão até a entrada do Centro Histórico. No mesmo horário, um grupo menor, em defesa de Jair Bolsonaro, também se manifestou.

Espírito Santo
Cerca de duas mil pessoas se reuniram na Praça do Papa, em Vitória, para protestar contra Bolsonaro, segundo a PM. Crianças, adultos e idosos levaram faixas, tambores e apitos. A aglomeração começou 15h. A professora Janaína da Prata disse que a mobilização é democrática e visa o apoio a todas as mulheres do Brasil que se sentem desprezadas pelas propostas e palavras do atual deputado do Partido Social Liberal.

“Não podemos nos calar diante de tamanha falta de respeito do deputado com nós mulheres que trabalhamos dia e noite para sustentar nossas famílias. Salários devem ser iguais diante de cargos iguais. O desprezo que ele tem pela mulher brasileira é absurdo. Estamos aqui hoje para lembrar da nossa força de decisão e queremos dizer a todos que ele não, ele nunca”, disse.

Homens também fizeram parte desta manifestação. Além de pedir respeito às mulheres, à opção sexual de cada cidadão e à raça, muitos não desejavam a permanência de Bolsonaro na disputa eleitoral. Segundo organizadores, durante a passagem pelos bairros da capital, o número de manifestantes dobrou. A cada momento novas pessoas aderiram o movimento. Alguns motoristas que não concordavam com protesto passavam pelas pessoas e buzinavam, gritavam nome do candidato e diziam “Fora PT”.

Amazonas
O Largo São Sebastião, em Manaus, reuniu manifestantes favoráveis e contra o candidato Jair Bolsonaro. Pela manhã, mulheres vestidas de rosa trajaram camisa com a mensagem #EleSim, enquanto cartazes com mensagens de empoderamento a mulheres e à comunidade LGBT marcaram presença a partir das 17h, com carro de som.

Não há confirmação do número de manifestantes favoráveis ao deputado federal, mas o ato de apoio ao parlamentar teve dança e música com mulheres em frente ao Teatro Amazonas, cartão postal da cidade. Pela tarde, aproximadamente quatro mil pessoas, segundo a organização do ato (duas mil pessoas de acordo com a PM). Não houve registro de conflitos no dia de manifestações.

Amapá
Eleitores contra e a favor de Bolsonaro fizeram atos em Macapá. Com uma programação multicultural que incluiu teatro, shows musicais, espetáculos de dança, intervenções poéticas e grafitagem, cerca de três mil pessoas, segundo os organizadores, reuniram-se na Praça Floriano, uma das principais da cidade, para se manifestarem contra o candidato.

A menos de cinco quilômetros dali, no Parque do Forte, eleitores do Bolsonaro também fizeram um ato com shows para dizer #EleSim. A organização informou que não tinha estimativa do número de participantes. A Polícia Militar não calculou o número de participantes de nenhum dos dois atos. Não houve conflitos.

Pará
Uma multidão tomou as ruas da capital paraense para protestar contra Bolsonaro. A passeata se estendeu pelas ruas do centro de Belém e começou por volta de 17 na região do Mercado de São Brás. A Polícia Militar não informou estimativa de participantes. Os organizadores falaram em 30 mil pessoas. Além de Belém, houve atos em Itaitube, Santarém, Tucuruí e Marabá.

Rondônia
A concentração estava marcada para as 15h (16h no horário de Brasília), no Complexo Espaço Alternativo, em Porto Velho, mas a forte chuva atrapalhou o cronograma. O grupo formado por mulheres, educadores, coletivo de mulheres, candidatas, movimentos sociais, coletivos sociais, iniciou uma caminhada com faixas e cartazes com frases contra Bolsonaro (“ai, ai, ai, se empurrar o coiso cai”). O ato também contou com apoio masculino e a presença de crianças.

O assassinato da vereadora carioca Marielle Franco também foi lembrado em cartazes, camisetas e falas dos manifestantes com uma “lista de chamada” que lembrou o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco.

De acordo com uma das organizadoras, Carolina Zermune, foi feito pedido de segurança para o Comando Geral da Polícia Militar que enviou guarnições para a proteção dos manifestantes. Além disso Carolina relatou que a Defensoria Pública estava presente com alguns defensores.

Um grupo de apoio ao candidato Jair Bolsonaro também realizou manifestação de apoio ao candidato na mesma hora, mas no ponto extremo ao da manifestação do grupo de mulheres. A Polícia Militar relatou que as duas manifestações foram pacíficas. Tanto PM quanto a organização estimaram um grupo de aproximadamente 500 pessoas.

Roraima
Lideranças indígenas e movimentos sociais coordenaram uma manifestação que reuniu mais de três mil pessoas na orla de Boa Vista, capital de Roraima. O evento contou com integrantes de bloco de rua de carnaval, batuque de samba, roda de capoeira, além de apresentações de músicos regionais com canções de protesto.

De acordo com uma das coordenadoras, a professora Yolanda Mêne, a manifestação foi pacífica e mostrou que mulheres indígenas e mulheres do Norte também não apoiam quem não as respeita. “O movimento foi muito além do que a gente esperava. Os coletivos queriam mostrar essa diversidade, que somos contra todas essas atrocidades que o Bolsonaro prega. Queríamos mostrar que aqui em Roraima nem todos são favoráveis ao Bolsonaro. Não compartilhamos de ideias machistas, homofóbicas e racistas”, ressaltou.

Acre
A mobilização em Rio Branco reuniu cerca de 100 pessoas no Parque da Maternidade, no centro da capital. Havia candidatos a cargos proporcionais, mas eram lideranças que já defendem a formulação de políticas públicas focadas para a questão de gênero e emancipação. O grupo foi confrontado verbalmente por simpatizantes de Bolsonaro que passavam em caminhonetes e gritavam o nome do candidato.

Do outro lado da cidade, no estacionamento do estádio, cerca de 300 pessoas participaram da mobilização #Elesim. No início, os organizadores pensaram em realizar uma carreata, mas a adesão aumentou e o grupo fez uma caminhada. No Acre, o Ibope aponta que Bolsonaro terá 53% dos votos.

Mato Grosso
Debaixo de chuva, centenas de mulheres participaram do ato em Cuiabá. Segundo policiais, o ato realizado na Praça Cívica Ulysses Guimarães reuniu 600 pessoas. O Estado também teve manifestações em Cáceres, Alta Floresta, Sinop, Juína, Rondonópolis, Barra do Garças e Tangará da Serra. Com bandeiras e cartazes, caras e corpos pintados, os manifestantes gritavam “fascismo, machismo não passarão”, “ele não” e “ele nunca”.

O ato transcorreu de maneira pacífica, apesar de carros e motos com adesivos do candidato Bolsonaro, por duas vezes, terem passado no local fazendo buzinaço. A médica Eliana Siqueira, que participou ativamente das mobilizações nas redes sociais, disse que este tipo de manifestação “é importante para que o mundo veja quantos e quantas são contra o fascismo no Brasil”.

O professor Rafael Marques, da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), acredita que essas manifestações são importantes pelo momento político que o País passa. “Não é uma manifestação eleitoral em si, mas contra esse espírito de fascismo que surgiu e se espalha no País”.

Mato Grosso do Sul
De acordo com os organizadores, cerca de quatro mil pessoas participaram de protesto contra o candidato em Campo Grande. A Polícia Militar não divulgou balanço. O ato foi composto, em sua maioria, por mulheres, e teve apoio do movimento LGTB.

Ato em favor do candidato Jair Bolsonaro também foi realizado na Capital. Cerca de 600 pessoas se aglomeram em torno de um carro de som em frente ao Parque das Nações Indígenas. O local fica a cerca de seis quilômetros de onde ocorreu a manifestação contra o presidenciável.

Alagoas
Cerca cinco mil pessoas participaram do ato contra Bolsonaro na orla marítima de Maceió. Empunhando faixas e cartazes com frases contra o presidenciável, os manifestantes percorreram cerca de três quilômetros. Participaram do evento diversas entidades sociais, como Sindicato dos Bancários, Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Alagoas (Sinteal) e partidos políticos.

Em alguns edifícios, moradores usavam camisetas e bandeiras em apoio ao candidato do PSL. Ao longo do trajeto, dois supostos eleitores de Jair Bolsonaro – com camiseta do candidato – saudaram os manifestantes como forma de provocação. Não houve conflitos.

Ceará
Em Fortaleza, o ato contrário a Bolsonaro reuniu 12 mil pessoas, segundo a Polícia Militar. Os manifestantes se concentraram na Praia de Iracema às 15h, e percorreram um quilômetro até a praça Almirante Saldanha, localizada ao lado do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura. Segundo as organizadoras, o evento foi suprapartidário e teve apoio de entidades da sociedade civil. Durante o trajeto também foram realizadas performances de artistas e de grupos musicais. Durante todo o ato estiveram presentes representantes de partidos políticos, de movimentos sociais e de coletivos.

“Esse movimento reuniu diversas pessoas, desde mulheres do campo da cultura a militantes de diversos movimentos. É um ato horizontal protagonizado pelas mulheres, auto-organizado e construído”, afirmou Ticiana Studart, da Marcha Mundial das Mulheres e uma das organizadoras do ato na capital cearense.

A Irmã Eugênia Maciel, 46, que atua há 20 anos na congregação Missionárias do Coração Eucarístico, na periferia de Fortaleza, afirma que a participação no ato faz parte do trabalho na defesa dos direitos das pessoas pobres. “Acreditamos na vida em abundância, independente de qualquer classe social”, afirmou.

Paraíba
Em João Pessoa, o ato teve participação de artistas locais, além de movimentos sindicais e estudantis. A movimentação começou com uma oficina de produção de cartazes e foi encerrada com shows musicais. As cidades paraibanas de Campina Grande e Patos também realizaram manifestações. Os manifestantes na Paraíba exibiam adesivos e bandeiras dos candidatos à Presidência do PT, PDT e do PSOL.

Piauí
A manifestação contra Bolsonaro teve distribuição de flores e palavras de ordem até a Avenida Marechal Castelo Branco, uma das mais importantes de Teresina, onde vários artistas realizaram um show gratuito. Segundo a Polícia Militar, três mil pessoas participaram do ato. O trânsito em uma das principais avenidas da cidade ficou interditado por duas horas.

Com o apoio de 15 movimentos populares, entre entidades que representam mulheres, negros, centrais sindicais e o público LGBT, a manifestação seguia com discursos e palavras de ordem. Entre os gritos de guerra, eles afirmavam que as mulheres vão derrotar Jair Bolsonaro.

Com o calor de quase 40°, característico desta época do ano na capital piauiense, uma dupla de professores ofertava água gelada para os manifestantes. “Queríamos contribuir de alguma forma com o protesto e, como esse horário é bem quente, decidimos trazer água gelada de casa para dar para as pessoas”, afirmou Viviane Brandão. Jhonatas Sousa, colega de Viviane, destacou que eles decidiram participar do ato porque são educadores e estão preocupados com os rumos da política no Brasil.

“Decidi vir e trazer toda a minha família para mostrar que essa luta também é das famílias, pois estamos aqui lutando por respeito, por igualdade de direitos, por liberdade”, afirma cientista política Bárbara Johas, que participou do ato com o marido e os dois filhos, sendo um deles um bebê de 8 meses.

A cantora Soraya Castelo Branco recepcionou os manifestantes. Oito bandas e quase 20 músicos se apresentaram gratuitamente no Espaço Cultural Francisco da Chagas Júnior, onde o grupo se dispersou.

Sergipe
Em Aracaju, música e apresentações culturais intercalaram os discursos, e uma frase foi o marco de todo o evento: “ele não, ele não”. A estimativa dos organizadores é que cerca de duas mil pessoas participaram da manifestação. A Polícia Militar não fez estimativas. Do palco, gritos de “Marielle presente” emocionaram os participantes.

“Estamos aqui a favor da vida, da liberdade e da democracia”, disse universitária Caroline de Jesus Oliveira, 19 anos, que carregava um cartaz com os dizeres. “ele não”. Havia ainda um cartaz com um alerta: “mulheres, se libertem do seu Bolsonaro”.

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