Hoje foi um daqueles dias em que parece que tudo em mim resolveu gritar ao mesmo tempo.
Dor no peito, como se algo estivesse pressionando por dentro, sem trégua.
Dor na garganta, uma sensação de sufoco, como se tivesse alguma coisa entalada.
E a dor de ouvido… essa já tem dias que está comendo o meu juízo. É uma dor irritante, persistente, que parece querer me enlouquecer aos poucos.
O mais estranho é que tudo parece desproporcional. Como se meu corpo reagisse com intensidade demais a coisas mínimas. Um incômodo vira tortura. Um simples desconforto vira uma dor insuportável.
Não sei mais se é ansiedade demais, se é a fibromialgia se manifestando de novo, ou se é meu corpo implorando por silêncio.
Só sei que estou cansada de sentir dor. De tentar entender cada sintoma como se fosse um quebra-cabeça impossível de montar.
O mais difícil é que por fora tá tudo “normal”. As pessoas não veem o quanto dói existir em um corpo que te limita, enquanto a mente te empurra para um abismo sem fim.
Elas não escutam o barulho que eu escuto, não sentem esse aperto no peito que me tira o ar sem motivo.
Não sabem como é tentar engolir o choro com uma garganta que já está em chamas.
Hoje, eu só queria um pouco de paz.
Um dia em que o corpo não doesse.
Um dia em que eu pudesse respirar sem medo.