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Domingo, um dia suspenso no tempo da melancolia

Não sei exatamente a razão, mas os domingos costumam me causar uma sensação estranha. Não é algo que eu consigo explicar com facilidade. Não chega a ser dor, nem um incômodo claro. É mais sutil, como uma sombra leve que vai se alongando à medida que o dia vai passando. E o fim da tarde de domingo, então… tem algo ali que aperta o peito.

Talvez seja o silêncio que paira nas ruas, como se o mundo estivesse se despedindo de algo que nem começou direito (o fim de semana e o merecido descanso do trabalhador). Ou o cheiro do almoço que já passou, a casa meio bagunçada, a televisão ligada em algum programa que não desperta tanto interesse. Há uma lentidão no ar, uma pausa prolongada demais pra ser confortável.

É uma espécie de saudade. Mas saudade de quê? De um tempo que já foi? Da infância? De algo que a gente nem viveu? É, acho que os domingos têm sabor de saudade. Ou talvez seja só a antecipação da segunda-feira, das obrigações, do despertador tocando cedo. Pode ser isso também.

Acho que não sou a única. Muita gente sente isso. O domingo tem esse ar melancólico, quase universal. Como se o dia fosse, por natureza, um lembrete de que tudo passa rápido. O descanso chega, mas logo vai embora. A vida exige ritmo e o domingo, ao mesmo tempo em que oferece uma pausa, nos faz lembrar que ela é breve.

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