Escrevo movida por um apelo que, embora nasça do coração, carrega o peso de uma urgência global: está na hora de os líderes das grandes potências mundiais — Estados Unidos, Rússia e China — assumirem a responsabilidade histórica que lhes cabe e se sentarem à mesa, em Genebra, para decidir o que a humanidade inteira deseja: o fim das guerras que dilaceram nosso planeta.
Genebra não é apenas uma cidade suíça. É um símbolo. Um marco. A capital moral da diplomacia e da neutralidade. Foi lá que se buscaram consensos, se redigiram tratados, se firmaram esperanças. E é lá que os presidentes Donald Trump, Vladimir Putin e Xi Jinping devem se reunir. Não para discursos vazios, mas para baterem o martelo. Para colocar fim às carnificinas na Ucrânia, em Gaza, e aos conflitos esquecidos que sangram o continente africano em silêncio.
Se as armas não calam, é porque os grandes não falam. É porque o orgulho e os interesses mesquinhos se sobrepõem à vida humana. Mas talvez ainda haja tempo — e dignidade — para mudar isso. Uma cúpula em Genebra não seria apenas um gesto simbólico; seria uma virada de chave. Um reencontro com a razão, num mundo que parece ter perdido o juízo.
Não peço milagres. Peço coragem. Coragem para reconhecer que a guerra não tem vencedores. Que cada bomba lançada destrói não só prédios, mas também o que resta da nossa civilização. Peço que deixem de lado seus arsenais e tragam para a mesa de negociações algo que andou em falta: humanidade.
Que Trump, Putin e Xi compreendam o tamanho do que representam. Que se olhem nos olhos, em nome das crianças de Mariupol, dos órfãos de Rafah, das aldeias queimadas em Darfur. E que Genebra brilhe outra vez, não como palco de promessas, mas como ponto final de horrores.
O mundo está cansado de esperar. E talvez não resista a mais uma década de sangue.
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Marta Nobre é Editora Executiva de Notibras
