Notibras

Ecos do Silêncio

Carrego em mim uma ausência que pesa como o tempo,
uma cicatriz invisível bordada na alma,
um véu de saudade que não se desfaz.
Cada pulsar do meu peito
é um eco do que não foi dito,
uma melodia suspensa
que dança entre lembranças.

Teu vazio é um inverno sem fim,
um céu sem alvorada,
e nas madrugadas longas,
as estrelas se tornam confessoras
do pranto que escorre sem nome.
Olho para o infinito e murmuro:
“Você se esqueceu da espera que te guardava?”
Ó viajante dos versos, como pôde partir?
Como sobrevive
longe do universo que sonhei para nós?
Dos risos que eram sol,
das lágrimas que eram chuva fértil,
dos dias em que tudo era cor.

Imploro ao Mistério maior
um abrigo para este sentimento,
que se agarra como infância
ao calor de um afeto,
à luz de uma memória que insiste em viver.

É um amor que não se apaga,
um sopro que resiste ao tempo,
um brilho tênue
entre sombras que não cessam,
uma travessia sem bússola, sem cais.

E mesmo que a dor me envolva,
em cada lágrima haverá
um gesto de renascimento,
um passo rumo à serenidade,
um caminho para curar
o amor que você deixou
sem medir o abismo que criou.

Continuarei a bordar minha saudade
nas linhas do tempo,
e você se lembrará de mim
em cada toque que não for meu.
Pois onde eu estiver, estarei te amando.

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