Parece que sou ímã para assuntos polêmicos. Quer dizer, polêmicos porque provocam controvérsias, enquanto deveriam ser debatidos com seriedade e livres de preconceitos, ainda mais quando o tema é educação sexual nas escolas.
Estava eu na fila do supermercado aqui em Copacabana, onde resido desde que resolvi me dar ao luxo de morar a três quarteirões da praia. Havia ido para comprar as costumeiras ameixas, já que sou daquelas que nasceram com sina de intestino preguiçoso.
Um senhor, que beirava a longeva idade do meu avô (e olha que já sou passada dos 60) começou a bater boca com uma mulher que poderia ser minha filha. O motivo? Isso mesmo, a educação sexual nas escolas.
— Minha filha, isso é uma pouca vergonha! Onde já se viu querer ensinar isso para crianças? É o fim do mundo!
— Não sou sua filha! Nem te conheço!
Como não estava atenta quando a confusão deu início, não peguei o fio da meada. Mas não foi difícil perceber que a mulher, que estava com um livro, cuja capa falava explicitamente sobre educação sexual para crianças e adolescentes, seria professora.
Além de distraída, não gosto de confusão e, por isso, tratei de dar o fora dali antes que desse B.O.. Pensei até em furtar as ameixas, mas preferi correr o risco de sofrer para fazer o número 2 a presenciar algo pior.
Concordo com a jovem professora. Educação sexual para crianças e adolescente é fundamental, pois ajuda a prevenir situações de violência e discriminação, além de promover o bem-estar e o respeito entre os estudantes. Também ajuda a conhecer o próprio corpo, a prevenir doenças sexualmente transmissíveis e evitar agressões sexuais, que, em grande parte dos casos, acontece dentro da própria família ou no círculo de amizade.
A educação sexual deve ser parte obrigatória do currículo escolar, pois é direito de todos os alunos. Ela ajuda a formar cidadãos mais conscientes, responsáveis, respeitosos e tolerantes. Desse modo, há uma redução das agressões sexuais, bem como do número de gravidezes precoces.
