Pior do que um homem público boçal só um boçal que se autodenomina homem. Lamentável só quando os dois habitam o mesmo corpo. É o caso do deputado federal Eduardo Bolsonaro. Herdeiro direto da genética maquiavélica e diabólica do pai, Jair Messias, Dudu do Hambúrguer carrega muito mais do que os cromossomos azedos do painho. Com certeza, em seu DNA deve existir uma cláusula pétrea que lhe permite cometer sucessivas asneiras (algumas babaquices) contra si, contra o clã e contra a pátria que, infelizmente, o viu nascer.
Nada de anormal para quem se utiliza da indignidade como porta de entrada para o ódio. À beira de um ataque de nervos, o indigno parlamentar fez de tudo para livrar o pai amado e desalmado da cadeia, inclusive supertaxar as importações brasileiras para sua nova terra, os Estados Unidos. O máximo que conseguiu foi aumentar a ira dos eleitores esclarecidos. Depois de ele próprio se transformar em réu, o discurso da vez é uma reação ao corte de 10% nas tarifas aplicadas pelos EUA a produtos brasileiros.
Tivesse eu a condição de atribuir características de seres humanos a coisas e animais, diria a Dudu Hamburgão que, nem mesmo na fábula, a tartaruga bolsonarista jamais vencerá o coelho barbado em uma corrida presidencial. Aliás, na ausência do Jair de todas as maldades, caso sobre para um dos filhos essa desequilibrada tarefa, talvez um deles consiga se eleger presidente do Sindicato dos Fascistas Dissimulados da Confraria Bolsonarista. Nada mais do que isso.
Escaldados e cansados das palhaçadas políticas do grupelho que por pouco não se apossou do Brasil, os eleitores de hoje e os de amanhã certamente elegerão o boquirroto Eduardinho quase sem mandato como chefe de portaria da Casa de Saliências Múltiplas e Explícitas de Pai Malafaia. Na ânsia de manter o protagonismo familiar na política e, quem sabe, sua sobrevivência, o carniceiro de Donald Trump está naquela fase de topar qualquer parada para se manter em evidência. O problema é que ninguém mais quer ouvir seus pitacos com níveis muito superiores à idiotice exacerbada dos moradores do Pinel.
Pobre coitado! Ele esquece que, por força da força de Xandão, ele também está sentado na primeira fileira de bancos destinados a réus de alta periculosidade. Ou seja, caso volte ao Brasil, terá o mesmo destino do progenitor: a cadeia. A verdade é que o sonho dourado do clã Bolsonaro se tornou um pesadelo para o pai, para os filhos e para os espíritos santos, como se autodenominam os amaldiçoados seguidores de um mito que, em breve, naufragará em uma apetitosa calda de morangos do Nordeste cozida em banho maria desde outubro de 2022. Como candidatos à Presidência da República, 01, 02 e 03 são tão rejeitados como charuto que passa pela boca de três bêbados.
As seguidas pesquisas comprovam a afirmação. Se os eleitores seguirem as recomendações de determinados governadores da direita, os meninos maluquinhos terão de se contentar com o que restar das porcarias que saem da boca de cima do deputado meia tigela. Nem é bom imaginar o que sai da de baixo. Se a ideia do clã era transformar a disputa presidencial em uma guerra de facções, Eduardo já deve ter percebido que a vitória está bem próxima do Comando Vermelho. É claro que a referência nada tem a ver com o grupo criminoso que domina boa parte das comunidades do Rio e do país. Ela é sobre a cor dos morangos que já estão em fogo brando e, para desespero dos meninos maluquinhos, permanecerão assim até outubro de 2026.
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Wenceslau Araújo é Editor-Chefe de Notibras
