Notibras

Em Minas, nova ou velha, toda panela faz comida boa

Anos atrás, em uma de minhas idas a Minas Gerais, experimentei uma iguaria que até hoje me faz salivar só de lembrar: pescoço de peru. Cozido, bem temperado, suculento, daqueles pratos que a gente come devagar só pra prolongar o prazer. Acompanhado de arroz soltinho, farinha crocante e umas gotinhas de limão, vira um verdadeiro manjar dos deuses. Me senti no paraíso, como se cada garfada fosse um abraço de quem cozinha com amor.

E eis que ontem minha mãe me chama pra almoçar e, com aquele tom de quem prepara uma surpresa, anuncia: “vou fazer pescoço de peru.” Na hora, fui transportada de volta às montanhas mineiras, ao cheiro de Minas Gerais, às conversas longas em volta da mesa. A memória veio inteira, como se o tempo não tivesse passado.

Pra quem não sabe, é em Minas que melhor se come no Brasil. E não é só pela comida. É pelo afeto que vem junto. Lá, comer é um ato de amor, de partilha, de cuidado. Cada prato carrega história, carinho e tempo. E talvez seja por isso que, sempre que como pescoço de peru, sinto mais que o sabor: sinto o conforto da lembrança, o calor da família e o sabor de Minas Gerais, mesmo estando longe.

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