Jovens trabalhadores enfrentam jornadas exaustivas e insegurança emocional extrema. Muitos são acometidos por transtornos de ansiedade e ideação suicida. A sociologia da juventude, com autores como Carles Feixa e Maria das Dores Campos Machado, aponta que a juventude é hoje uma categoria marcada pela contradição: promete liberdade, entrega exaustão.
O capital vampiriza o vigor juvenil enquanto nega futuro. O jovem sonha com estabilidade, mas recebe gig economy. Sonha com reconhecimento, mas enfrenta racismo estrutural, machismo e lgbtfobia. Sonha com liberdade, mas vive endividado antes dos 25.
A saúde mental juvenil é expressão de uma desesperança sistêmica. É hora de escutar o grito contido em seus silêncios e dar crédito às suas formas insurgentes de existir: seus grafites, seus slams, suas danças. O adoecimento não é falha individual – é diagnóstico coletivo de uma sociedade que falhou com sua juventude.
