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Envelhecer é separar o essencial do supérfluo

Envelhecer não é nenhuma maravilha e eu não vou romantizar esse processo. O corpo vai dando sinais, aparecem doenças que antes eu só ouvia falar de longe, as limitações se tornam companheiras inevitáveis, e há dias em que o espelho parece impiedoso. É um caminho que exige adaptações, paciência e, muitas vezes, coragem para lidar com o que não se pode mudar.

Mas, apesar de tudo isso, envelhecer também não é o fim do mundo como costumam pintar. Junto com as marcas do tempo vem uma espécie de clareza. Vamos aprendendo, aos poucos, a separar o essencial do supérfluo. Deixamos de gastar energia com opiniões alheias e passamos a ouvir mais a nossa própria voz. A maturidade traz uma serenidade emocional que não se compra e não se antecipa: é fruto de cada tropeço, de cada conquista, de cada despedida.

Hoje, percebo que aquilo que parecia tão urgente no passado já não me abala mais. Não é que eu não me importe com nada, mas aprendi a me importar com o que realmente vale a pena. As amizades sinceras, o carinho da família, a paz de um fim de tarde silencioso. Envelhecer não é fácil, mas é também a oportunidade de viver com mais leveza, mais sabedoria e mais autenticidade.

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