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Esse seu olhar… mas se fosse sem ceratocone seria mais belo. Que tal corrigir isso?

Foto/Arquivo Notibras

Bartô Granja, Edição

Assim como o restante do corpo, os olhos também desenvolvem o que muitos chamam de “doenças silenciosas”. Ou seja, não apresentam sintomas. Uma delas é conhecida pelo nome de ceratocone – que degrada a visão de forma não inflamatória. Esse problema geralmente aparece na metade da infância e no decorrer da adolescência fazendo com que a córnea adquira formato cônico e irregular, resultando em visão distorcida.

Gustavo Serra, oftalmologista do Visão Institutos, em Brasília, comenta que o sintoma principal da patologia é quando o grau do paciente aumenta rapidamente e a troca dos óculos torna-se constante. “Quando o indivíduo realiza as consultas oftalmológicas anualmente, o normal é o grau não variar tanto assim. A baixa acuidade visual (decréscimo da visão periférica, perda da visão das cores, incapacidade ou perda de aptidão do olho para se ajustar à luz, contraste ou brilho) mesmo ao uso dos novos óculos, pode ser outro sinal”, explica.

Antigamente, a única opção de tratamento para a doença era o transplante de córnea. Mas nos tempos atuais, existem os implantes de anéis intra-estromais com intuito de diminuir a curvatura corneana gerando diminuição relativa das irregularidades.

“Mas além dele, existe a aplicação de radiações ultravioletas associado a vitaminas para o fortalecimento da córnea com intuito de melhorar a força da estrutura corneana, evitando a progressão da mesma. O processo é conhecido como crosslinking. Estes procedimentos trazem resultados significativos e são menos agressivos, se comparados ao transplante de córnea, por exemplo”, explica o médico. Ele acrescenta que ainda não há cura para a patologia.

O doutor chama a atenção para atitudes que devem ser padronizadas: visitar um oftalmologista ao menos uma vez por ano, estar atento ao modo como a visão está, se houve piora da visão rapidamente, evitar coçar os olhos, pois é um importante fator de risco para a piora da doença e pesquisar se há histórico da doença na família.

Outro alerta de Gustavo Serra é para o que alguns especialistas afirmam aos pacientes que os óculos ou lentes de contato tratam o ceratocone. Isto não é verdade, de acordo com o especialista, pois eles apenas têm a função de melhora da acuidade visual durante o uso, sem adquirir qualquer relação com o tratamento do ceratocone. “Além disso, caso o paciente tenha astigmatismo ou miopia em graus elevados, deve ter atenção redobrada, pois estão associados a característica da doença”, finaliza.

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