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Está faltando Carpeaux para dar um basta e colocar ordem na casa

Cuidado. Uma frase é uma arma política muito poderosa. Pode derrubar um presidente. Ou reerguê-lo. Segundo a teoria da Sincronicidade, basta juntar a frase certa, à pessoa certa, na hora certa. Eu acrescentaria: no jornal e/ou no site certo.

Às vezes, nem precisa uma frase inteira. Poucas letras, dependendo do estado de desmilinguamento da principal personagem do drama republicano.

Cinco letras bastam. Cinco letras que choram. Poderá ser através de um editorial. Um editorial com o título “Basta!”.

Isto não é ficção, leitor. O último editorial que derrubou um presidente saiu no velho Correio da Manhã, do Rio, em 31 de março de 1964.

O título continha apenas cinco letras, uma exclamação e duas aspas: “Basta!”.

O autor do editorial foi um alemão naturalizado brasileiro, o jornalista e pensador Otto Maria Carpeaux, a quem os nazistas cortaram a língua.

Mas não lhe cortaram as mãos para datilografar apressadamente na máquina Remington e deu no que deu: Jango foi apeado do poder.

“Basta!” foi um libelo contra a aproximação de Jango com Leonel Brizola, em favor da chamada República Sindicalista, e das Ligas Camponesas, de Chico Julião, para a decantada revolução campesina.

Comparações com o Brasil de hoje? Muitas, pelo visto.

Se a chamada imprensa de papel não estivesse tão mambembe de postura editorial como de fragilidade empresarial, poderia cometer os seus “Basta!”.

Estaria mais que na hora.

Basta por enquanto.

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