Há muitas formas de dizer “eu te amo”. Hoje, escolhi dizer: “eu queria ser sua rotina”.
Essa entidade tantas vezes subestimada, demonizada por alguns, acusada injustamente de sufocar os relacionamentos. Mas eu não temo a rotina. Ela não precisa ser uma prisão, pode até ser solo fértil onde pequenas alegrias e intimidades cotidianas florescem.
Quando o amor é verdadeiro, a repetição de alguns gestos não cansa. Um almoço juntos nunca é igual ao anterior. Num dia, tomamos café; noutro, posamos para fotos sob os ipês, sentamos numa praça, caminhamos pela orla do lago, admiramos a arte sacra de uma igreja, visitamos uma feirinha ou simplesmente ouvimos música no carro. Cada instante, mesmo que rotineiro, se reinventa.
Virou hábito todos os dias eu ler um poema para você. Não quaisquer versos, mas aqueles que se encaixam na nossa história, no nosso momento, nas descobertas diárias que fazemos um do outro. Não é uma rotina banal, mas um exercício da minha vontade de imprimir em tua alma o melhor daquilo que fazemos juntos.
Deixemos de subestimar a rotina. Ela sustenta o convívio, oferece estabilidade numa vida repleta de incertezas. E não esqueçamos do sexo (o prazer de hoje é diferente do de ontem). Cada toque, cada carícia, cada beijo e demais saliências devem ser vividos como se fossem os primeiros. É nesse ponto que a rotina se confunde com a paixão.
E você, meu amor… quer ser minha rotina?
