Eu sobrevivi. E sobreviver dói. Dói mais do que qualquer palavra pode dizer. Dói porque cada dia que passei de cabeça erguida foi uma batalha contra mim mesma, contra o mundo e contra tudo que tentou me apagar. Eu senti o peso da solidão, mesmo estando rodeada por pessoas que dizem se importar comigo, do medo que me engolia viva, e mesmo assim eu respirei. Sobreviver não é bonito. Não há medalha, nem aplausos. É sangue seco na pele, lágrimas escondidas, o corpo inteiro gritando por um instante de alívio que nunca chega. Mas eu estou aqui. Eu sobrevivi.
Viver… viver é outro tipo de coragem. É escolher sentir, mesmo sabendo que sentir pode rasgar você por dentro. Eu vivo nos gritos silenciosos que não posso calar, nos pensamentos que insistem em me cortar e me moldar ao mesmo tempo. Eu vivo quando me permito amar, odiar, errar e tentar de novo, mesmo sabendo que posso quebrar mais uma vez. Viver é perigoso, cruel, e ainda assim eu escolho. Escolho continuar respirando, mesmo com o coração sangrando pela saudade e mesmo com o mundo querendo me dobrar.
Eu sobrevivi para estar aqui. Eu vivo para me provar que ainda posso sentir tudo, e que sentir é meu maior ato de resistência. Entre a sobrevivência e a vida, eu carrego minhas cicatrizes como armas. Elas doem, sim, mas me lembram que sou mais forte do que qualquer coisa que tentou me destruir. Eu estou inteira na minha dor, na minha raiva e na minha vontade de continuar. Eu sobrevivi. Eu vivo. E ninguém vai me tirar isso.
