O escritor retratado hoje em O Lado B da Literatura é praticamente um desconhecido, ainda mais se comparado ao parente afamado, cuja figura ainda hoje perambula nas aulas de literatura. Trata-se de Eusébio de Matos e Guerra, irmão de Gregório de Matos e Guerra.
Nascido em Salvador em 1629, falecido no dia 7 de julho e de 1692, Eusébio não foi apenas poeta, mas orador e pintor, tendo sido inclusive aluno de Maurício de Nassau, fundador da “escola baiana” de pintura. Ao contrário de Gregório, Eusébio caiu no ostracismo, assim como outros autores de sua época. E, se ele não é nem sequer mencionado nas salas de aula, cabe aos historiadores tentar fazer com que sua obra não morra por completo.
Eusébio foi professor na Companhia de Jesus, mas acabou abandonando-a para ingressar na Ordem do Carmo, quando adotou o nome de Eusébio da Soledade, isso em 1680. No entanto, ainda em 1659, representa os interesses de sua família em transação com os colégios dos jesuítas da Bahia e de Santo Antão de Lisboa. Já em 1669, foi chamado a Lisboa para ser nomeado orador do rei, mas foi impedido de ir por seus superiores.
Em 1677, Eusébio publicou em Lisboa o Ecce Homo. Também em Lisboa, publicou o Sermão da soledade e lágrimas de Maria Santíssima Senhora Nossa, em 1681.
Assim como seu afamado irmão, Eusébio é autor de obra famigerada, como São Pedro Arrependido, que, até o final da década de 1940, encontrava-se na Capela do Eremitério Beneditino da Ponta do Monteserrat, no bairro de Itapagipe, em Salvador-BA.
Há pouco material disponível sobre Eusébio de Matos e Guerra, apesar de sua importância, mesmo que em menor proporção ao do irmão, durante o século XVII. Será que um dia teremos material substancial sobre a sua existência e obra?
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Cassiano Condé, 82, gaúcho, deixou de teclar reportagens nas redações por onde passou. Agora finca os pés nas areias da Praia do Cassino, em Rio Grande, onde extrai pérolas que se transformam em crônicas.