Notibras

Finalmente Hugo acerta uma e cassa Ramagem e Bananinha

Ontem, Alexandre Ramagem e Eduardo Bolsonaro perderam seus mandatos de deputado federal. Não tenho aqui a menor disposição para me alongar falando sobre eles. Já são cartas fora do baralho, politicamente falando. O que resta agora é o campo da Justiça. Tudo indica que, em breve, estarão respondendo pelos próprios atos de forma mais dura, possivelmente atrás das grades. O tempo da fanfarronice parlamentar acabou e não fará falta.

Por isso, prefiro mudar o foco. Quero falar de Hugo Motta, essa espécie de marmota política que insiste em reaparecer nos momentos mais inconvenientes, sempre espreitando, sempre calculando, sempre tentando sobreviver ao inverno institucional que ele mesmo ajuda a criar. Hugo não é ingênuo. Ao contrário: é profundamente pragmático. E foi justamente esse pragmatismo que o levou a não repetir os erros recentes.

Diferentemente de outros episódios, ele optou por não submeter ao plenário a decisão sobre a cassação de Eduardo Bolsonaro e Alexandre Ramagem. Evitou o espetáculo, a gritaria, o desgaste público e a exposição da sua imagem, que já anda mais arranhada do que parede de banheiro público. Hugo parece ter feito as contas e concluído que o custo político seria alto demais.

Talvez tenha pensado que já basta de chapisco neste ano. Já tivemos escândalos, crises institucionais, embates grotescos e uma sucessão de cenas que em nada contribuem para a saúde democrática do país. Submeter mais uma decisão dessas ao plenário seria prolongar um desgaste que não interessa a ninguém, exceto aos que vivem do caos.

Hugo Motta não agiu por virtude, mas por conveniência. Agiu para preservar a própria biografia e, quem sabe, manter algum capital político para o que vem pela frente. Porque o calendário não perdoa: 2026 já desponta no horizonte, carregado de promessas, ameaças e disputas ferozes.

Que venha 2026, então. Mas que venha com menos marmotas políticas emergindo das tocas, menos encenação vazia e, quem sabe, um pouco mais de responsabilidade. O país agradece.

Sair da versão mobile