Tenho sede
Das coisas que velo
Mas não esperam, nem tem hora
Tenho fome
De coisas terrenas, mundanas
Mas, principalmente, das etéreas
Tenho olhos
Que sentem falta de algo,
de partes
Do invisível que impera
Quando a alma silencia
O corpo fala, berra:
Ao membro ausente
À doença que não cessa
Ao pensamento que rumina
E quase revolve a terra
Fora do eixo
O que te traz de volta?
Alumia por dentro e parece ter luz própria?
Sem emoção, por vezes,
Nada faz sentido
Tenho sede
Tenho fome
De coisas que nem sei ao certo
Eita, alma velha!
