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Golpe contra Bolsonaro ‘passou por uma fresta do azar’

O alvo de Adelio Bispo, vestido de amarelo e erguido no ar, estava no centro do carrossel. Havia uma chance pequena, talvez única de atingi-lo – e foi isso o que aconteceu. O golpe de faca que feriu Jair Bolsonaro (PSL) passou pelo espaço que os agentes de segurança chamam de “fresta do azar”.

Trata-se de um pequeno espaço deixado entre os integrantes da equipe que formava um círculo que gira ao redor do candidato, cobrindo os quatro ângulos mais prováveis de uma possível aproximação e abordagem. Funciona melhor em ambientes controlados. Na rua, em meio aos manifestantes, fica difícil.

A Polícia Federal designou em julho times de 20 agentes e um delegado para cuidar da segurança de cada um dos candidatos mais bem situados nas pesquisas. Grupos menores foram postos à disposição dos demais. O custo da operação será coberto com recursos da PF.

O pessoal é treinado para o trabalho nos mesmos padrões do Serviço Secreto dos EUA, responsável pela garantia do presidente americano. Chegam antes aos locais dos eventos de campanha, sugerem a rota dos deslocamentos e verificam os veículos empregados que não são da frota oficial. De acordo com um dos delegados envolvidos no esquema, o risco maior é o da ação de um só homem, um anônimo saltando do meio da multidão. Alguém assim como Adelio.

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