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Governo fecha o cofre e procura pelo Fies desmorona

Isabela Palhares

Das 150 mil vagas oferecidas pelo Financiamento Estudantil (Fies) no primeiro semestre deste ano, só 115 mil – 75% do total – foram preenchidas, segundo levantamento da Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior (Abmes).

Sólon Caldas, diretor-executivo da associação, diz que as vagas não são preenchidas porque o governo já não oferece mais financiamentos de 100% do valor da mensalidade, pela pontuação mínima exigida no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)- de 450 pontos -, e pela reserva de 60% das vagas ofertadas para cursos das áreas consideradas prioritárias (cursos de saúde, engenharia e licenciatura) pelo Ministério da Educação (MEC).

“Podem ser áreas prioritárias de formação para o país, mas nem sempre é para o aluno que está buscando o ensino superior. E é ele quem vai pagar esse financiamento depois, então ele busca empregabilidade. Nem sempre essa conta fecha”, disse Caldas.O levantamento foi apresentado no Congresso Brasileiro de Educação Superior Particular,em Gramado.

No primeiro semestre do ano passado, o porcentual de vagas ociosas chegou a 46% das 250 mil ofertadas. A alta taxa fez o MEC rever as regras para o preenchimento de vagas remanescentes, liberando a ocupação para qualquer curso e turno das instituições.

Caldas ressalta que é preciso novas mudanças para que as vagas não continuem sobrando. “Porque de um lado temos muitos alunos querendo financiamento e, de outro, um monte de vagas sem ser preenchida”.

Ele, no entanto, disse ter preocupação de que o governo possa tornar os requisitos para o financiamento ainda mais restritivos No último dia 16, o ministro Mendonça Filho disse que o Fies está sendo reformulando para “aperfeiçoamento de gestão” para que seja mais “sustentável”.

O “novo Fies”, como chamou o ministro, está sendo planejado com acompanhamento do Ministério da Fazenda.

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