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Governo usa PM para derrubar mais barracos de trabalhador sem teto

A ação de retirada de cerca de 2,5 mil ocupações irregulares no Núcleo Rural Águas Quentes, próximo a Santo Antônio do Descoberto (GO), continuará nesta sexta-feira (20). Até as 18 h desta quinta-feira (19), 1465 barracos de lona haviam sido desmontados do terreno de 193 hectares.

A previsão é de que a operação da Polícia Militar do Distrito Federal termine nesta sexta 20 até o fim da tarde. A saída dos ocupantes ocorreu de forma ordeira e sem manifestações ou resistência.

Uma reunião com representantes dos moradores e o secretário de Relações Institucionais, Marcos Dantas, foi agendada para amanhã, com horário a ser definido.

A PM e o Corpo de Bombeiros do DF atuaram com 442 homens no total. Outros 78 agentes da Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social, da Agência de Fiscalização, da Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap) e do Serviço de Limpeza Urbana (SLU) deram suporte à operação. Servidores da Secretaria de Desenvolvimento Social e Humano também compareceram ao local, mas nenhuma família necessitou de assistência.

De acordo com o titular da Subsecretaria de Ordem Pública e Social, da Secretaria da Segurança, coronel Alexandre José da Silva, três tratores foram usados. “São apenas barracos de lona e madeira. Não há nada de alvenaria. As pessoas não têm mobiliários, o que gera a suspeita de grilagem de terra.”

A região onde ocorrem as retiradas fica perto de uma área de preservação ambiental, onde estão, ao menos, dez nascentes do Rio Bartolomeu. “A Polícia Civil já avisou que pretende encaminhar peritos para avaliar se houve algum tipo de crime ambiental”, informa o subsecretário.

Sem propriedade definida, a área é objeto de disputa judicial entre a Terracap e particulares. Estes querem explorar comercialmente a região, enquanto aquela afirma que as terras são públicas e pertencem ao Distrito Federal. A ação encontra-se na 1ª Vara Cível de Samambaia.

Ádamo Araújo, Agência Brasília

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