Minha alma,
um prisma que reflete silêncios infinitos,
segura o peso de palavras não ditas,
como ecos de tempestades que nunca chegaram.
A tristeza é minha sombra fiel,
não como uma corrente,
mas como um véu sutil,
sempre presente, sempre observando.
Meu coração não chora com trovões;
ele dança sob a neve suave,
fria, mas cheia de mistério,
aninhando-se no calor do que restou de nós.
O vazio veste-me como um sobretudo gasto,
mas tua memória, doce e cruel,
arde em meu peito como uma chama sem fogo,
uma brisa carregada de saudade.
Há versos escondidos na minha respiração,
rimas que se quebram como ondas
no oceano do que não pudemos dizer,
mas que ainda ecoam em lugares
onde o tempo não ousa entrar.
E, mesmo assim, há uma voz,
sussurrando através da névoa do agora,
dizendo que você está aqui,
não em corpo, mas em eternidade.
Porque até na tristeza,
minha alma é chama viva,
e meu coração, partido e inteiro,
ainda sabe amar, ainda sonha,
como flores que brotam no concreto do existir.
