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Hugo Motta roda a baiana e faz Dudu do Hambúrguer perder o rebolado

Nas cordas e tão próximo da forca como os deputados cassados, o presidente da Câmara, Hugo Motta, rodou a baiana e optou pelo caminho mais nobre: tirou o dele da reta. Embora tardiamente, por sua iniciativa, a Mesa Diretora da Casa decretou hoje (18) a perda do rebolado, quero dizer dos mandatos de Eduardinho Fritador de Hambúrguer e de Alexandre Ramagem, ex-delegado e ex-faz tudo da família Bolsonaro.  Agora, sem contar com o apoio de Donald Trump, os dois terão de viver na clandestinidade nos Estados Unidos.

Sem mandato, sem grana e sem o colinho de Tio Sam, Dudu e Ramagem talvez tenham de pedir asilo ao venezuelano Nicolás Maduro, hoje, como eles, o grande inimigo de Trump. De olho em ambos, o xerife Xandão deve ter torcido o nariz, coçado as canelas, sacudido as longas madeixas e confidenciado ao colega, amigo e parceiro Flávio Dino parte de um sonho antigo: Chegou minha vez. Esses são meus, eu vi primeiro e ninguém tasca.

Pressionado por apenas duas pessoas, Deus e o mundo, Hugo Motta capitulou. Mesmo de longe, imaginei o momento em que o presidente da Câmara anunciou a seus pares a triste decisão: Sem mais para o momento, declaro à nação e a quem possa interessar que hoje resolvi ser quem nunca fui. Por isso, é com pesar que digo a vocês, meus caríssimos, preclaros e brilhantes colegas parlamentares: Tejem cassados. E tenho dito.

Como defensor da família e dos bons costumes, o que posso dizer à vossa excelência, professor doutor e reverendíssimo Hugo Motta, é que é assim que a gente descobre os grandes homens, os deputados de brio, acima de qualquer suspeita e, principalmente, determinados a manter a Casa de Vidro como exemplo de cumpridora de leis. Fez muito bem, meu deputado preferido, o homem mais bonito de toda a Paraíba e adjacências.

Chegou a hora de o senhor mostrar ao mundo quem manda nessa joça chamada Câmara dos Deputados. Aproveitando a calada da noite, sugiro que, caso chore pelo forçado gesto, não o faça na frente de Flávio Bolsonaro, tampouco nas costas de Sóstenes Cavalcante, o todo prosa líder do PL. Por favor, não esqueça de avisar ao Valdemar Costa Neto, aquele que ri até de fratura exposta de seus liderados.

Se puder, ligue de madrugada para Xandão e, juntos, façam uma prece rogando a Deus para que Ele interceda e, por meio de um embargo auricular, sugira a Donald Trump a deportação dos agora cassados Eduardo Ramagem e Alexandre Bolsonaro. Ou seria o contrário? Pouco importa a ordem. Importante é que eles voltem para o seio de sua amada pátria. Tomara que cheguem de faróis baixos e, de cara, experimentem o para-choque duro de Xandão e o tarifaço de Dino, o Sauro com um único S, mas com dois tacapes.

Quase me esqueço de lembrá-lo de uma frase que vossa excelência não pode deixar de passar para eles: Perderam, Manés! A pedido da quase totalidade dos quase 160 milhões de eleitores, me levanto do catre e, usando de toda minha verve poética, digo a ambos: Sifu…E agora, Josés? O Brasil é nosso e espera por vocês. Em tempo, se cuida, Hugo Motta

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Wenceslau Araújo é Editor-Chefe de Notibras

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