Morreu nesta segunda-feira (17) o cantor e compositor Jards Anet da Silva — conhecido artisticamente como Jards Macalé — aos 82 anos, segundo comunicado oficial divulgado nas redes sociais. Ele estava internado no Rio de Janeiro para tratar de problemas pulmonares quando sofreu uma parada cardíaca.
A confirmação da morte foi feita pela própria conta oficial do artista, que publicou uma nota emocionada: “Jards Macalé nos deixou hoje. Chegou a acordar de uma cirurgia cantando ‘Meu Nome é Gal’, com toda a energia e bom humor que sempre teve … Cante, cante, cante. É assim que sempre lembraremos do nosso mestre, professor e farol de liberdade.”
Macalé estava internado em um hospital na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, em tratamento de enfisema/broconepmonia, quando sofreu a parada cardíaca que causou o óbito.
Nascido em 3 de março de 1943, no Rio de Janeiro, Jards Macalé construiu uma longa e singular trajetória na música brasileira, atuando como cantor, compositor, violonista, arranjador e diretor. Sua obra, ao longo de décadas, transitou entre experimentação e canção — peça central de uma geração que dialogou com a Tropicália sem se deixar enquadrar por rótulos.
Autor de canções célebres — entre elas “Vapor Barato”, imortalizada por Gal Costa —, Macalé foi parceiro de poetas como Torquato Neto e Waly Salomão e personagem influente na cena brasileira desde os anos 1960. Sua postura artística sempre privilegiou a liberdade criativa e a experimentação.
A morte de Jards Macalé representa perda profunda para a música brasileira. Era um compositor e intérprete que preferiu manter sua autonomia artística a fórmulas comerciais, deixando um repertório que seguirá sendo redescoberto e celebrado.