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João Luiz, o cirurgião que pode dar vida nova à política

Na simpática Vicente Pires, a poucos quilômetros do centro do poder em Brasília, acompanho – com direito a intervenções para uns pitacos – uma conversa tranquila entre o médico João Luiz Arantes e o jornalista José Seabra. Ele fala do seu ofício como quem fala de uma vocação. Há brilho nos olhos quando discorre sobre seu trabalho como cirurgião, os corredores dos hospitais, as decisões difíceis tomadas sob pressão. Médico aposentado da Secretaria de Saúde, João Luiz revisita sua passagem pela direção dos hospitais regionais da Asa Norte, de Taguatinga e do Gama com nostalgia, mas também com serenidade.

Entre um gole de café e outro, sentados na charmosa panificadora Paraíso dos Pães, o Dr. João Luiz aborda com simplicidade um desejo que não se aposentou com ele: o de continuar contribuindo com a cidade que escolheu para viver. Radicado em Brasília ainda na infância, ele é carioca de nascimento, mas traz nas veias as origens alagoanas da família. O avô foi deputado, um detalhe que surge mais como memória afetiva do que como credencial política.

A conversa avança e o tom muda, sem perder a calma.  João avalia, diante de nós, que sua experiência pode render frutos no Parlamento e cogita lançar-se deputado federal pelo PSD de José Roberto Arruda. Não há presunção; há convicções. Ele critica a forma como a saúde vem sendo conduzida no Distrito Federal e afirma, com clareza, que o IGES-DF não atende adequadamente à finalidade para a qual foi criado. Fala da desvalorização dos servidores da Saúde com respeito e conhecimento de causa de quem viveu o sistema por dentro.

Mas o perfil do Dr. João Luiz não se limita à saúde. Faço alguns questionamentos, ele sustenta opiniões firmes sobre segurança pública e educação, que define como parte de um tripé essencial para a sociedade, ao lado da própria saúde. Defende com entusiasmo a necessidade de expansão do metrô para a região Norte da capital. Não há improviso nessas ideias, há experiência e uma confiança tranquila de quem já enfrentou emergências reais, com pessoas reais, longe dos holofotes.

Quando a conversa se encerra, fica a impressão de que aquele encontro casual em Vicente Pires não foi apenas um bate-papo de café. Entre perguntas precisas e respostas cirúrgicas, o Dr. João Luiz Arantes revela um perfil que mistura técnica e afeto, crítica e esperança, como quem sabe que política, quando bem-feita, também pode ser um gesto de cuidado.

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