Notibras

Josiane viaja no tempo… até o dia da morte do professor com uma overdose

O despertador tocou às 7h. As duas amantes acordaram quase ao mesmo tempo. Os raios de sol entravam no quarto através das frestas da cortina entreaberta. Ingrid precisava se arrumar para ir trabalhar no consultório veterinário ali mesmo em Botafogo. Josiane voltaria para a sua realidade, a mesma realidade que tanto a angustiava.

Enquanto Josiane tomava banho, Ingrid foi preparar o café da manhã. É quase o mesmo dejejum do dia anterior. Quase…

— Você se lembra? – Ingrid perguntou à amiga apontando para uma garrafa com um líquido marrom.

— O que é isso, Ingrid?

— Prove.

Jojô pegou a garrafa, retirou a rolha, aproximou o nariz e sentiu o odor característico de cachaça e chocolate.

— Batida de bombom? – perguntou Josiane de olhos arregalados.

— Batida de bombom! Você se lembra? A gente tomava litros.

— É… – Josiane continuou desconfiada.

Depois do dejejum acompanhado de um gole de batida de bombom, as duas amantes se despediram com um beijo apaixonado. Talvez nunca mais voltariam a ter momentos como os vividos nas últimas horas. Quem sabe na próxima reunião da turma…

Josiane ainda tem o gosto da batida de bombom na boca. O gosto da aguardente misturado ao doce do chocolate a fez lembrar do ocorrido há tantos e tantos anos. Foi justamente na batida de bombom, que ofereceu ao professor de Patologia Clínica, que ela misturou a cocaína. Ela havia descoberto que Zé Carlos, por quem era apaixonada, estava saindo com uma outra mulher. Ele havia terminado com Josiane, mas esta não se conformou. Ela provocou uma overdose no ex-amante, assassinando-o. E, até a manhã de hoje, Josiane não sabia o nome da tal mulher por quem Zé Carlos havia se apaixonado.

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Eduardo Martínez é autor do livro 57 Contos e Crônicas por um Autor Muito Velho’

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