Dia 23 de setembro de 2025. Data a ser grifada nos anais da Organização das Nações Unidas. Unidas? Lá esteve o beneficiário do duplo twist carpado bem executado pelo Supremo Tribunal Federal, Luiz Inácio Lula da Silva, reabilitado de uma montanha de acusações criminais, para ocupar o tradicional discurso de abertura da instituição. Depois de autorizado a comparecer pelo presidente blond dos EUA, desde que sua trajetória fosse aquela desenhada na calçada, sem olhar para os lados, com direito a acompanhantes com iguais restrições.
A trupe ficou amontoada cochichando uns com os outros durante a preleção de Donald Trump. Alguns ministros de Lula integravam a comitiva, exceto Alexandre de Moraes que recebeu, na mesma manhã, a notícia de que também sua esposa foi magnitiskada do mapa. A tradicional reunião que completou oitenta anos chamou a atenção pelos opostos. Lula, asseado, não disse além do esperado: nós somos pobres mas somos limpinhos. Vai que cola.
Bateu o pé para defender o supremo ministro de sua preferência, afirmou que o STF é o ó do borogodó, ao condenar justamente Bolsonaro à morte lenta e gradual, mas que o capitão nem foi torturado. Sobre a sua própria biografia nada disse. O mundo conhece. Não falou na primeira pessoa, provavelmente para não trocar seu nome pelo de um de seus mentores ocultos.
Donald Trump saboreava um milkshake em uma sala reservada, alheio às lamentações do primo pobre, mas chegou em seguida e surpreendeu. Isso mesmo. O nova-iorquino mad blond consegue a superação sempre. Dono incomparável de meias-verdades, Trump fez pré-campanha – que não haverá para ele – ao destilar seus feitos e esculhambar o horário protocolar da organização do encontro. Entre eles, acabar com sete guerras, banir as drogas dos EUA, exterminar dezenas de milhares de imigrantes levados a El Salvador, permitir que os casais jantem fora em Washington sem serem assaltados.
Depois dessa última e sutil referência ao Brasil, finalmente ele falou de Lula. A sua trupe de amontoados na plateia, curiosos, nervosos, unhas roídas, suor escorrendo nos colarinhos, suspiraram aliviados com as doces palavras de Trump sobre o Brasil. Revelou que teve um micro encontro de trinta segundos com o brasileiro, mas suficiente para perceber a química. Talvez pelo olfato sensível ao enxofre, que permanece no organismo várias horas após o voo festivo entre Brasília e Nova York.
Ao afirmar que o inocente Lula é uma pessoa agradável, os “cumpanhêro” acompanhantes não perceberam a ironia anglo-saxã do doidão estadunidense todo poderoso. Fizeram joinhas uns para os outros, em êxtase, várias selfies com o rei do mundo ao fundo, comemorando um farrapo de atenção dedicado ao filho de Garanhuns. Semelhante aos meninos descalços e famintos das periferias quando recebem a merenda escolar. Chamou a atenção o fato de Janja não ter interpelado Trump sobre o Instagram. A imprensa quer saber quais locais ela frequentou nos dias que antecederam a reunião e se estava autorizada a zanzar pela Big Apple livre, leve e solta. Sabemos que ela conversou com Dilma Rousseff por um iPhone 17 Pro que acabara de adquirir.
O papo foi breve. “Amiga… divinha onde tô?” – “Pô, Janja, tu enche o saco, hein. Sei lá, você não sossega, cacete!” – “Tô na Macy´s falando do meu iPhone 17 Pro” – “Janja, tu é burra mesmo! O telefone celular é um aparelho de telefone, entendeu? O celular é um sistema como um telefone, só que celular, porra! Ele fala de qualquer ponto, não precisa entrar na Macy´s pra me ligar. E o nome se diz Meicis, aprende. Vou desligar!” Dilma desligou e comentou baixinho com um auxiliar do NDB – o banco do Brics: “Conversar com gente confusa é uma merda!”
