Trabalhar em uma semana com feriado prolongado é, basicamente, um teatro coletivo. Todo mundo finge que está focado, mas a cabeça já está onde realmente importa: na folga. A segunda-feira já amanhece com cheiro de preguiça no ar. A gente senta na cadeira, liga o computador e pensa: “pra quê tudo isso se quarta já é sexta disfarçada?”
A verdade é que emendar o feriado é privilégio de poucos iluminados — e uma tremenda injustiça. Emendar deveria ser um direito constitucional, tão básico quanto respirar ou pedir desconto no Pix. Trabalhar na sexta depois de um feriado na quinta é um tipo de tortura psicológica que nem a ONU teve coragem de descrever nos tratados.
Enquanto uns já estão planejando viagens, churrascos e dias de ócio absoluto, outros (nós, pobres mortais) ficam jogados no escritório, olhando pra tela com a mesma energia vital de uma samambaia desidratada.
A real é que deveríamos todos ser dispensados. Todo mundo seria muito mais feliz.
