Recentemente o governo anunciou que as autoescolas deixarão de ser obrigatórias para a obtenção da Carteira Nacional de Habilitação, e confesso que achei uma decisão acertadíssima. Pelo que andei pesquisando, são poucos os países no mundo onde é obrigatório passar por uma autoescola. Em muitos lugares, as pessoas aprendem a dirigir com familiares, amigos ou instrutores particulares, fazem o exame teórico e prático e pronto. E, sinceramente, acho difícil encontrar alguém que defenda a obrigatoriedade das autoescolas como um modelo realmente necessário.
As autoescolas, além de não garantirem melhor formação dos motoristas, cobram preços altíssimos, e isso pesa no bolso de quem mais precisa. Tirar a carteira de motorista no Brasil virou um verdadeiro luxo. É uma despesa que pode ultrapassar facilmente o salário de um trabalhador. E o mais injusto é que, em muitos casos, o documento é uma necessidade básica: há quem precise da CNH para trabalhar, para levar os filhos à escola, para cuidar da família, para ganhar o próprio sustento. Transformar isso num privilégio acessível apenas a quem pode pagar é cruel.
Por isso, acredito que o governo Lula acertou em cheio com essa medida. É uma decisão que tem tudo a ver com inclusão, com justiça social, com desburocratização. Ninguém precisa de uma autoescola obrigatória para ser um bom motorista. Precisa, sim, de acesso à informação, a exames sérios e a oportunidades justas. Enfim, mais uma bola dentro do governo Lula.