Durante o retumbante fracasso da COP30, quando todas as delegações internacionais, de aproximadamente 190 países, desprezaram a Janja e seus pirarucus em coquetel fantasma, apenas 18 nações aderiram à coalizão pelo mercado de carbono. O curioso é que entre os países queridinhos do assíduo consumidor de bebidas proibidas para menores, não assinaram o acordo Rússia, Venezuela, Coreia do Norte, Nicarágua. Nem eles confiam na proposta feita pelo Brasil que destinou, como isca, 1 bilhão de dólares ao fundo.
Não causou surpresa que os EUA e a Argentina não tenham caído na conversa, que nem chegaram a ouvir, ausentes ao encontro fake. A grande questão agora é saber quando haverá uma CPMI para investigar os recursos desperdiçados em Belém, onde só foram reunidos problemas: preços abusivos, sanitários quebrados, goteiras, invasão de índios, ausência de nações importantes. Provavelmente os envolvidos terão ao menos um ano de carência até que alguma autoridade investigativa, que hoje são várias em vários poderes, seja pressionada dar satisfação ao contribuinte.
Assim como aconteceu com o assalto bilionário aos aposentados. Talvez eles entendam que um ano é um prazo suficiente para que a Polícia Federal só encontre cinzas de documentos e computadores novinhos, sem quaisquer registros. Caso os agentes escolham alguns suspeitos de superfaturamento, só para acalmar a opinião pública sobre mais uma jornada do Palácio do Planalto, os acusados vão receber habeas corpus para ficar calados.
A receita é a mesma. Assim como é frequente surgir em investigações de desvio de dinheiro público, nomes de irmãos, filhos, noras e compadres do padrinho do Hamas. Ainda não há indícios de que altos executivos do PCC e do Comando Vermelho, vítimas de perseguição, estejam envolvidos com empresas fantasmas que executaram obras em Belém, capital do Amazonas. A localização é da geografia do chefe urdido de todos os brasileiros. Há quem diga que tudo pode piorar. É o que os manés estão vendo dia a dia, a cada evento, na terra de ninguém.
Se existe alguma esperança em acabar com a farra inconstitucional por meio de eleições democráticas, é bom ouvir um pouco aqueles que sabem tudo sobre inteligência artificial. Dizem que um encontro entre os CEOs das principais big techs, longe de Belém, Huang – Nvidea, Nadella – Microsoft, Zuckerberg – Meta e Amodei – Amazon, contemplou, além da pauta sobre a divisão setorial mundial da utilização de IA, os métodos de apuração eletrônica de eleições em alguns países.
– Você soube o que o Zuck disse sobre urnas eletrônicas, Zé Otário?
– Lá vem você, Zé Mané, com a teoria da conspiração.
– Desconfiar é crime? Sim, eu soube da reunião das big techs. E daí?
– O algoritmo de IA é diferente. Não é binário. Ele pode trocar a foto do candidato, o número, o nome e apagar os rastros.
– Agora é você que está viajando, Zé Otário, se no TSE eles nem cumpriram a obrigação do voto impresso, como vão mudar o sistema para IA?
– Com a própria IA, Zé Mané. O Amodei já faz coisa parecida na Amazon. Cuidado ao desconfiar do sistema. Lembre-se de que batom agora é arma branca.
– Não faça graça com coisa séria.
– Se a IA pode fazer isso, então pode tudo. Pode eleger quem ela quiser: deputado, senador… determinar o resultado que for programado e ninguém vai poder auditar.
– Zé Otário, como não será auditado? Você não viu que o TSE gastou milhões em campanhas publicitárias para esclarecer que as urnas são auditadas, são de total segurança?
– Mas você mesmo está desconfiado até hoje. E desconfiar agora é crime!
– E se o Comando Vermelho invadir o sistema só pra eleger uns comparsas, pensou nisso?
– Impossível! Não precisam disso. Eles já elegem muitos sem invadir o sistema e ainda financiam a campanha de muitos candidatos conhecidos…
– Você acredita mesmo que tem dinheiro do narcotráfico na política? Que tem gente graúda envolvida?
– Acho que não, um político para aceitar dinheiro sujo, só se estiver bêbado, Zé Mané.
– Ah, tem razão, isso não acontece. Não conhecemos nenhum bêbado…
– Além disso, ele teria que fazer acordos com magistrados para ser blindado e sua família não ser investigada em desvios de dinheiro público, INSS, livros escolares…
– Outra coisa que não acontece no Brasil.
– Zé Mané, estou chegando da COP30. Nem esperei o encerramento.
– O que foi fazer lá? Ninguém importante compareceu.
– Eu fui pescar, mas tinha gente demais, tudo padrão vermelho, superfaturado.
– Zé Otário, fique mais atento ao calendário. O lazer virou castigo? He he…
– Quer saber, Zé Mané, castigo mesmo foi ter que assistir ao show com Manu Bahtidão, Joelma e Gaby Amarantos.
– Você precisa ir ao Círio de Nazaré se benzer. Mas é em Belém do Pará. Não do Amazonas.
