A Ministra do Meio Ambiente Marina Silva participou ontem (27) de uma audiência pública na Comissão de Infraestrutura do Senado, após ter sido convidada a prestar esclarecimentos sobre sua pasta. O que deveria ter sido um momento de diálogo democrático se transformou em um espetáculo de desrespeito, misoginia e covardia. Marina foi insultada pelo senador Marcos Rogério (PL-RO), que, em tom agressivo e completamente desequilibrado, teve a audácia de dizer a ela: “Se ponha no seu lugar.”
É revoltante. Marina Silva não apenas está em seu lugar — ela ocupa um dos lugares mais importantes do país, fruto de uma trajetória de décadas de luta, dignidade e compromisso com o Brasil e com o planeta. Reconhecida e respeitada mundialmente, Marina é uma das maiores vozes em defesa do meio ambiente, reverenciada em fóruns internacionais e premiada por sua atuação incansável. Mas aqui, no Brasil, precisa ouvir ofensas de um senador que sequer demonstra saber o mínimo sobre respeito, institucionalidade ou decoro parlamentar.
A fala de Marcos Rogério não é um caso isolado. Ela é o reflexo da extrema-direita bolsonarista, que não respeita ninguém — nem a ciência, nem a democracia, muito menos mulheres negras. Pelo contrário: são elas as maiores vítimas de todas as formas de violência, inclusive a violência política que busca silenciar, humilhar e apagar seus feitos. A declaração “se ponha no seu lugar” carrega toda a carga histórica de racismo, machismo e autoritarismo. Para figuras como esse senador, o “lugar” de uma mulher negra nunca deveria ser o ministério. Eles preferem vê-las caladas, submissas, invisíveis.
Marcos Rogério é um ser político minúsculo. Um homem que jamais teria coragem de falar assim com outro homem, mas se sente à vontade para destilar ódio contra uma mulher. Machista, misógino, covarde — e infelizmente eleito para representar parte do povo brasileiro. Sua postura não representa firmeza nem coragem. Representa apenas o medo de ver o poder ocupado por quem tem legitimidade, competência e autoridade moral infinitamente maiores que a dele.
Toda minha solidariedade à Ministra Marina Silva. Toda a minha admiração por sua força, por sua história, por sua paciência e por sua resistência. E deixo aqui também o meu apelo: resista!
