O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, afirmou nesta segunda-feira, 4, que o centro político está fadado à derrota nas eleições para o Palácio do Planalto caso não se alie para a construção de um projeto único de poder.
Marun sugeriu que todos os presidenciáveis desse bloco retirem suas pré-candidaturas e durante um mês discutam um programa “arrojado” para tirar o País da crise, antes de decidirem quem será o escolhido para liderar a chapa.
A proposta de Marun inclui o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, que foi lançado há duas semanas pelo MDB à sucessão do presidente Michel Temer. Questionado se o MDB ainda poderia apoiar o PSDB na disputa, o ministro respondeu que sim, desde que seja construído um “projeto verdadeiro”.
Marun admitiu, no entanto, que houve um distanciamento entre o Planalto e o ex-governador Geraldo Alckmin, pré-candidato tucano Disse não saber nem mesmo do lançamento, nesta terça-feira, 5, de um manifesto pregando “urgente unidade política” do centro nas eleições.
“O problema é que não existe até hoje no centro um candidato com musculatura eleitoral que atraia. Existem candidatos com extremas dificuldades eleitorais e o tempo está passando e a coisa não avança. Ao contrário”, afirmou Marun. “Todos são ruins como candidatos nesse momento. Ou os partidos que fizeram o impeachment (da então presidente Dilma Rousseff) se unem ou é a derrota, porque o segundo turno será entre os extremos.”
O ministro fez questão de destacar que falava em “nome pessoal”, e não do governo nem do MDB. Sua ideia, no entanto, provocou polêmica logo no domingo à noite, quando ele expôs a proposta no programa Canal Livre, da Band. Ele não escondeu o aborrecimento com Meirelles.
Em entrevista no domingo, dia 3, Meirelles disse que não queria ser visto como o representante da gestão Temer nas eleições. “Estou tirando o rótulo. Por exemplo, não sou o candidato do mercado, não sou o candidato do governo, não sou o candidato de Brasília.”
Marun reagiu: “Vejo gente preocupada em perder voto por estar do lado do governo. Mas que voto? Quantos votos tem o Meirelles?”.