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México aciona Louis Vuitton por marca indígena

O governo do México informou estar ‘surpreso’ e pediu explicações à grife francesa Louis Vuitton por utilizar uma estampa tradicional indígena no desenho de uma cadeira de 18,2 mil dólares (aproximadamente 80 mil reais), menos de um mês após realizar pedido semelhante à Carolina Herrera.

O Ministério da Cultura declarou em uma carta, datada de 5 de julho, que os desenhos da cadeira fazem parte e se identificam com os bordados feitos por artistas mexicanos do Estado de Hidalgo, no centro do país.

“Nos sentimo obrigados a consultar (a Louis Vuitton), de maneira respeitosa, se procuraram e, nesse caso, contaram com a colaboração da comunidade e de seus artesanatos para a elaboração da cadeira em questão”, disse a carta, que caracteriza o caso como um possível ato de apropriação cultural.

A cadeira, cujo preço de venda é 18,2 mil dólares e faz parte da coleção Dolls by Raw Edges, tem desenhos tropicais e foi inspirada ‘no artesanato tradicional de todo o mundo e na rica herança de viagens’ da marca, segundo o site da Louis Vuitton, que pertence ao conglomerado de luxo LVMH. A grife não comentou o caso de imediato.

É a segunda vez em menos de um mês que o governo do México envia uma carta com esse teor. Em junho, questionou a grife fundada pela venezuelana Carolina Herrera por apropriação cultural de estampas indígenas.

Durante anos, os estilistas incorporaram padrões indígenas a suas obras. Entretanto, fazê-lo sem reconhecer as origens ou compensar justamente as comunidades converteu-se em um ponto polêmico.

O México está em busca de uma estrutura jurídica que proteja a arte e a criatividade dos povos indígenas para evitar que empresas locais e estrangeiras copiem e roubem as criações sem dar qualquer retorno às comunidades.

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