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Michelle quer entornar o caldo do Ciro

DF - ELEI«¿ES 2018/CNI/DEBATE - POLÕTICA - O prÈ-candidato do PDT ¿ PresidÍncia, Ciro Gomes, participa do evento "Di·logo da Ind¿stria com os candidatos ¿ PresidÍncia da Rep¿blica", promovido pela ConfederaÁ¿o Nacional da Ind¿stria (CNI), nesta quarta-feira, 04, em BrasÌlia. Durante o encontro, a entidade apresentar· aos presidenci·veis propostas do setor para as eleiÁ¿es deste ano e os candidatos ter¿o a oportunidade de debater as sugest¿es e falar de medidas que adotariam em seus governos para aumentar a produtividade das empresas e estimular o crescimento da economia. 04/07/2018 - Foto: DIDA SAMPAIO/ESTAD¿O CONTE¿DO

Não é só em Santa Catarina que o bolsonarismo chega causando confusão. No Ceará, a coisa também azedou bonito. Michelle Bolsonaro resolveu criticar publicamente a aliança do PL local com Ciro Gomes. Logo o Ciro, uma das figuras mais tradicionais do estado, alguém que sempre se envolveu nas costuras políticas cearenses como quem conhece cada esquina de Fortaleza. Bastou Michelle abrir a boca para causar mal-estar dos dois lados: irritou o próprio Ciro e deixou o PL zonzo, sem saber como remendar o estrago.

E, como se não bastasse, os filhos de Bolsonaro decidiram se unir para atacar a esposa do pai. Chamaram Michelle de autoritária. A família, que nunca perde uma oportunidade de brigar, decidiu fazer isso em praça pública. Eu, sinceramente, estou achando maravilhoso acompanhar essa implosão coletiva. Eles não têm uma estratégia política, não têm coordenação, não têm liderança. Estão tateando no escuro, tropeçando uns nos outros, e cada novo episódio é mais caótico do que o anterior.

Se as críticas à Michelle continuarem, aí sim o negócio esquenta: a direita pode acabar perdendo o apoio de parte importante do seu público: os evangélicos. É um grupo que foi cuidadosamente cultivado pelo bolsonarismo, e ver essa base ser corroída por briguinhas internas seria, no mínimo, engraçado.

Enquanto isso, o coitado do Ciro vive uma situação digna de novela: desprezado pelo PSDB de um lado, criticado pelo PL do outro. Corre o risco de ser atacado no próprio território por uma disputa que nem é dele. Vira personagem secundário numa briga familiar que não tem pé nem cabeça.

E eu? Eu sigo observando tudo isso com uma mistura de espanto e diversão. Porque ver essa direita desorientada, brigando entre si, sem rumo, sem plano, é quase terapêutico. O roteiro é bom e ainda promete novos capítulos.

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