Notibras

Mídia assume mimimi e deixa temas importantes de lado

A mídia parece mais interessada em noticiar quem pegou quem, quem traiu quem, quem separou de quem ou quem tomou a mulher de quem, do que em abordar temas realmente urgentes, como a desigualdade social, o aumento da violência, a fome e o ódio que se espalha pelas redes sociais.

Programas de fofoca, sites e perfis de entretenimento vivem de explorar a vida dos outros, transformando seres humanos em produtos, manchetes e cliques. Essa exposição desmedida é cruel.

Muitos famosos perdem completamente o direito à privacidade, têm cada passo vigiado, cada erro amplificado e cada momento íntimo transformado em espetáculo público. O preço disso, muitas vezes, é a saúde mental, que se deteriora sob o peso do julgamento constante e das pressões de uma sociedade que confunde visibilidade com valor.

Enquanto isso, os internautas e fãs também adoecem. Embriagados por uma cultura de comparações, rivalidades e cancelamentos, tornam-se haters, prontos para atacar quem quer que não corresponda às suas expectativas ou crenças. O ódio se tornou uma forma de entretenimento, e a empatia, um sentimento em extinção.

O público consome a destruição emocional dos outros como se fosse uma forma de entretenimento, e a mídia, ciente disso, segue alimentando esse ciclo perverso, transformando o sofrimento alheio em show ao vivo. O caos virou sinônimo de audiência, e essa normalização é simplesmente repugnante.

Vivemos tempos em que a dor virou conteúdo, e a exposição virou moeda. A cada nova fofoca, a cada boato espalhado, a humanidade se perde um pouco mais. No fim, a mídia deveria informar para conscientizar, mas prefere manipular para entreter. E enquanto isso, tanto os famosos quanto o público seguem adoecendo, vítimas de um sistema que lucra com o sofrimento e ignora o essencial: o respeito, a empatia e a verdade.

Sair da versão mobile