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Milagre, mistério e simbolismo de Lázaro

A narrativa da ressurreição de Lázaro, registrada no Evangelho de João (capítulo 11), é um dos episódios mais marcantes do Novo Testamento. O milagre não apenas reforça a autoridade divina de Jesus Cristo, mas também se tornou um símbolo da esperança cristã na vida eterna.

Segundo o relato, Lázaro, irmão de Marta e Maria, amigos próximos de Jesus, adoeceu gravemente em Betânia. As irmãs pediram a ajuda do Mestre, mas Ele demorou a chegar. Quando finalmente se aproximou, já haviam se passado quatro dias desde a morte de Lázaro.

Jesus foi ao túmulo e, diante de uma multidão perplexa, ordenou: “Lázaro, vem para fora!” Para espanto de todos, o morto saiu envolto em faixas fúnebres, vivo novamente.

Na teologia cristã, o episódio é visto como um prenúncio da própria ressurreição de Cristo e como sinal da vitória da vida sobre a morte. O gesto revela a compaixão de Jesus diante da dor humana, mas também a manifestação de seu poder divino.

Alguns teólogos interpretam o milagre não apenas como um ato físico, mas como um símbolo da transformação espiritual: a passagem da morte do pecado para a vida em Deus.

Para estudiosos críticos da Bíblia, a ressurreição de Lázaro pode ter sido uma narrativa elaborada para reforçar a autoridade de Jesus em meio às disputas religiosas de sua época. De toda forma, o episódio transcende a análise puramente histórica: ele permanece como um dos mais poderosos símbolos de fé, esperança e renovação.

Até hoje, a história de Lázaro inspira artistas, pensadores e fiéis. Nas artes plásticas, na literatura e até na filosofia, “ressuscitar Lázaro” tornou-se metáfora para recomeços, segundas chances e a vitória da vida sobre as trevas.

Afinal, mais do que um evento do passado, a ressurreição de Lázaro convida a humanidade a refletir sobre a fragilidade da existência e a promessa de que a morte não é o fim.

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Anabelle Santa’cruz é Editora de Oráculos

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